PARTIDOS POLÍTICOS À ESPERA DE INTERVENÇÃO DA AUTARQUIA NO CASO DAS DEMISSÕES NA SANTA CASA.

Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo confessam preocupação pela demissão da mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia mas aguardam explicações da autarquia sobre o motivo invocado para a demissão. A estrutura liderada por João Bela declarou-se incapaz de garantir o recebimento de 1,5 milhões de euros de Fundos Comunitários para a unidade de cuidados continuados que está a funcionar há mais de um ano.

José Alberto Loureiro, do PCP, diz que é cedo para fazer comentários porque acredita que poderá haver outras razões para a demissão. “Penso que há algo para além da falta de dinheiro até porque o provedor disse que não aceitava continuar mesmo que o dinheiro venha. Foi surpresa até porque li que não havia problemas com a execução de fundos comunitários e que a Câmara teria feito obras de 30 milhões de euros com 20 milhões do QREN. Fico na dúvida se não há aqui gato escondido com rabo de fora”.

José Vaz, do PS, teme que os constrangimentos financeiros possam causar novos problemas ao tecido associativo. “Trata-se da verba incluída nos fundos comunitários. Gostava que houvesse volta face porque não é fácil ter gente capaz para liderar as instituições. Assusta-me que isto possa acontecer em várias instituições. Há que ter uma Câmara e um Governo capaz de apoiar estas instituições”.

Flor Agostinho, do PSD, ainda acredita numa resolução para o caso e diz que a Autarquia pode ser parceiro chave na canalização das verbas do QREN. “Viver e gerir sob pressão durante um ano não é fácil. A CMI, como promotor através da Regeneração Urbana do Centro Histórico de Ílhavo, terá uma palavra a dizer e de fazer uma tentativa de resolver o problema. Hoje não é fácil encontrar pessoas para gerir associações. Faço votos e para que se volta atrás. Tenho essa esperança”.


Diário de Aveiro


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