MINISTÉRIO PÚBLICO ENCONTRA CONTRADIÇÕES NO DEPOIMENTO DE MÁRIO LINO.

O Ministério Público não ficou satisfeito com os esclarecimentos de Mário Lino que foi arrolado como testemunha no processo Face Oculta e pediu a instauração de um procedimento criminal por falsidade de testemunho, que é punível com pena até cinco anos de cadeia. O procurador Marques Vidal apresentou o requerimento no final do depoimento do ex-ministro das Obras Públicas no tribunal de Aveiro, esta manhã, "face às contradições" evidenciadas nas declarações prestadas, nomeadamente na fase de instrução e em audiência.

Mário Lino em tribunal revelou menos certezas do que tinha evidenciado anteriormente sobre as relações mantidas com o principal arguido do processo Face Oculta, acusado de corrupção, entre outros crimes.

Não deu como certo que o empresário Manuel Godinho, aquando de uma reunião, em 2008, o tivesse informado do “ganho de causa” no chamado processo "Carril Dourado" intentado pela REFER por furto de carril na linha do Tua. Quando muito, terá havido uma referência genérica "aos processos", mas sem especificar.

Também não se lembrou de ter feito um terceiro contacto com o presidente da ferroviária, depois de uma nova queixa de Manuel Godinho por não conseguir um encontro para tratar dos diferendos. Não se recordava mas admitiu ter intercedido dessa forma, por ser a sua forma de tratar de assuntos do género.

O que Mário Lino negou perentoriamente foram pressões políticas, nomeadamente dos arguidos Armando Vara e Lopes Barreira, para favorecer o empresário de Ovar por “ser amigo do PS”, como acusou a ex-secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorina.


Diário de Aveiro


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