FALTA DE DINHEIRO PARA OBRAS E CRITÉRIOS DA CRIAÇÃO DE AGRUPAMENTOS DEIXAM RIBAU ESTEVES DESCONTENTE COM MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

A Câmara de Ílhavo está descontente com o Governo pela forma como alterou o enquadramento para a criação de mega-agrupamentos e que levou o Município a decidir a redução de cinco para três agrupamentos âmbito de uma negociação que manteve com a comunidade educativa.

Ribau Esteves não escondeu que a redução foi negociada tendo por base pressupostos que, entretanto, foram abandonados ou não foram considerados noutros municípios. O autarca reafrmou as queixas, esta tarde, durante a apresentação do Plano Municipal de Intervenção Educativa 2012/2013.

“Vemos que noutros municípios os princípios definidos e que cumprimos não foram respeitados. É grave e lamentável. Tomámos a decisão de suscitar uma resposta sobre a transferencia de cometências do contrato celebrado com o ME. O Governo tem a opção de não colocar mais responsabilidades na gestão de escolas e agrupamentos nas mãos das autarquias. A perspetiva era aumentar. Isso torna aburda a responsabilidade de processar papéis e ordenados”.

O presidente da Câmara de Ílhavo revelou, ainda, que espera uma posição definitiva do Governo sobre os projetos de reabilitação das Escolas Básicas 2,3 do concelho mas a primeira informação aponta para a incapacidade financeira e indisponibilidade de fundos para fazer avançar obras contratadas com o município e que previam um apoio de 1,5 milhões de euros.

O autarca aguarda uma resposta definitiva mas diz que nesse cenário vai devolver ao Governo as responsabilidades transferidas no âmbito do acordo.

“O Governo e os fundos comunitários não tem verbas para fazer obras nas 3 escolas básicas 2.3. Temos no contrato 1,5 milhões do Ministério para obras”, declarava o autarca à espera de uma resposta definitiva por parte de Nuno Crato.

Ribau Esteves garantiu, ainda, a manutenção das atividades extra-curriculares e disse que o próximo ano vai ser desenvolvido sob o signo do empreendedorismo e a cultura marítima suportado no apoio do Centro de Investigação inaugurado este ano junto ao Museu Marítimo de Ílhavo.

Este foi o último plano desenhado sob a liderança do autarca que aproveitou o momento para agradecer o trabalho desenvolvido em ambiente escolar.

“Naquilo que pertence à minha liderança fecha um ciclo de 16 anos. É o último ano que é totalmente planficado por esta equipa. Hoje o município é referência nacional nesta área. Quero agradecer a toda a comunidade (pais, professores, alunos e gestres de escolas) que foram capazes de fazer todas estas coisas”.

O dia terminou no Museu Marítimo com a comunidade educativa depois de um dia acompanhado por “cinco adjuntos” especiais. Cinco alunos de escolas do Município acompanharam o dia do autarca no âmbito das ações da semana da educação.

“Além de trabalhar muito, e gosta de trabalhar, não podemos dizer que é vida de escravo. É uma vida como outra qualquer com erros como noutras vidas. Há decisões que não agradam a todos. Agradeço ao presidente que não estabeleceu restrições. Dei achegas relativamente à proteção das dunas”, dizia Filipe Santos da Escola Básica 2,3 José Ferreira Pinto Basto.

“Foi um dia bem passado. O presidente mostrou uma faceta que nem todos conhecíamos. Mostrou-se aberto, contou histórias e partilhou momentos”, revelava João Paulo, aluno da Escola Secundária de Ílhavo preocupado com “ os cortes na saúde e na educação”.


Diário de Aveiro


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