MIGUEL JÚDICE, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DA HOTELARIA DE PORTUGAL: “CONSIDERAMO-LA [A TAXA TURÍSTICA] MAIS QUE INJUSTA, INCONSTITUCIONAL”

Face ao anúncio da aplicação de uma taxa turística no concelho de Aveiro, a direcção da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal posiciona-se categoricamente contra e não coloca a hipótese de dialogar formas de a aplicar. “Não aceitamos a taxa e vamos trabalhar para que essas iniciativas não se concretizem”, garantiu Miguel Júdice, presidente daquela estrutura, que tem, em Aveiro, quatro hotéis e quatro hostels associados e outros tantos que estão interessados em aderir à AHP “como forma de protesto contra esta taxa”. Em entrevista ao Diário de Aveiro, Miguel Júdice diz acreditar que “todas as empresas turísticas da cidade estão contra esta taxa”, declarando que a sua aplicação “seria um gigantesco tiro no pé do turismo em Aveiro”.
O presidente da AHP argumenta que a região das Beiras, a título indicativo, e no seu conjunto, teve em Maio uma ocupação de 37,46% e um preço médio/quarto de 49,86 euros, o que coloca aquela região “bastante abaixo da média nacional, algo que a taxa que se pretende criar irá acentuar ainda mais”.

Como encara a AHP o adiamento da aplicação da taxa turística em Aveiro?
O adiamento é apenas isso. E até quando? A questão de fundo permanece: A taxa que a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) pretende criar é profundamente lesiva dos interesses do turismo na cidade e das empresas que desenvolvem essa actividade. Todas as empresas hoteleiras da cidade, sem excepção, estão contra a sua aplicação. Aveiro não tem tantos turistas quanto precisa, isso é evidente pela taxa de ocupação e pelos preços médios que cobra. Com uma ocupação média anual que não deve ultrapassar os 50%, isso significa que em média os hotéis da cidade têm metade dos seus quartos vazios no dia-a-dia. Será que estão em condições de sobreviver com ainda menos turistas...?


Diário de Aveiro


Portal d'Aveiro - www.aveiro.co.pt