“RESGATE” A ÍLHAVO É “DECLARAÇÃO DE FALHANÇO”

O Bloco de Esquerda (BE) considera que o recurso da Câmara de Ílhavo ao programa de assistência financeira aos municípios endividados é uma “declaração de falhanço do executivo de Ribau Esteves”. “O rei vai nu”, diz o partido da oposição sobre a acção do PSD à frente da edilidade.
“No final do seu mandato, Ribau Esteves acrescenta austeridade à vida dos ilhavenses, colocando-os reféns de uma dívida durante 14 anos”, acusam os bloquistas.
A Câmara de Ílhavo candidatou-se ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) no valor de 10,1 milhões de euros, a pagar durante 14 anos com juros de quatro por cento.
Para Ribau Esteves, que cumpre o seu último mandato em Ílhavo, trata-se “de hipotecar o futuro da população com uma dívida que nada fará para pagar”, assinala o BE, acusando o autarca social-democrata de “total incompetência” na “gestão de dinheiros públicos”. “O legado de Ribau Esteves na Câmara de Ílhavo é acrescentar dívida à dívida já existente, somar austeridade local à austeridade nacional”.
Segundo o BE, o município “transfere para o Governo as competências de gestão da autarquia”. “Este programa de resgate financeiro determina a fixação da taxa máxima de IRS e IMI, fixação de preços mais elevados para a água e saneamento e várias subidas noutra taxas cobradas, tarifários municipais e coimas”, exemplifica.
Num “esclarecimento público” emitido para responder aos bloquistas, Ribau Esteves destacou a administração financeira “equilibrada e sustentável” da Câmara e sublinhou que o recurso ao PAEL “é um exercício de boa gestão financeira”, permitindo o “pagamento imediato a todos” os fornecedores e “um menor custo financeiro do serviço da dívida”.


Diário de Aveiro


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