GREVE COM FORTES IMPACTOS NO DISTRITO

Emília Marques, 67 anos, tinha acabado de saber que a operação a uma hérnia não iria realizar-se quando o Diário de Aveiro a encontrou à porta do Hospital de Aveiro, a meio da manhã de ontem, à espera de boleia para casa. “Estou há um ano para ser operada”, disse. A cirurgia estava marcada para ontem mas acabou desmarcada devido à ausência do anestesista. A sexagenária de Estarreja foi uma das pessoas a sofrer os efeitos da greve geral - em todo o distrito houve serviços fechados ou a funcionar parcialmente.
Diante do hospital, um grupo de 30 enfermeiros concentrou-se em defesa do “futuro da enfermagem”. A adesão à manifestação, feita à margem dos sindicatos, ficou aquém das expectativas - a unidade hospitalar tem cerca de 600 enfermeiros, mas não terão comparecido mais de três dezenas, lamentou Graça Tavares, 31 anos, empunhando um cartaz em que expressava tristeza pela situação dos profissionais do sector.
Enfermeira no Hospital de Aveiro há nove anos, Graça Tavares desloca-se todos os dias de Vouzela, Viseu - às portagens cobradas na auto-estrada somam-se os cortes salariais. Ao fim de cada mês, os menos de mil euros auferidos ficam reduzidos a bastante menos. “Nem sequer somos pagos como licenciados”, diz. “A nossa qualidade de vida foi muito afectada”, reforça Liliana Candeias, transmontana há oito anos a trabalhar em Aveiro.


Diário de Aveiro


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