ÍLHAVO: ANTÓNIO PINHO ALERTA ESTIVADORES PARA RISCO DAS GREVES MATAREM POSTO DE EMPREGO. RIBAU ESTEVES DIZ QUE PROCESSO ESTÁ NO LIMITE.

O deputado municipal do PP, António Pinho, lança um alerta sobre a greve de estivadores. Diz que o prolongamento da situação pode matar o doente. António Pinho lembra que este é um problema transversal à sociedade uma vez que mexe com a vida de muitas famílias no concelho. Pede ponderação nas negociações.

"Todos nós teremos amigos ou familiares envolvidos nisto e certamente o farão com a melhor das intenções defendendo os seus interesses mas, de facto, nós podemos ser os melhores estivadores do mundo mas, se não trabalharmos no porto, seremos as melhores pessoas do mundo mas não seremos os melhores estivadores. Se formos professores e não dermos aulas, isso de pouco serve ao mundo. Os melhores médicos e por aí fora. Se chegarmos ao ponto de negar a nossa própria utilidade é uma espécie de suicídio coletivo. O risco de faltarmos muitas vezes ao trabalho é um dia chegarmos à conclusão que o trabalho se faz na mesma sem a nossa presença e já não somos necessários. Oxalá não cheguemos aí."

Depois do apelo público de emergência lançado pela CIRA, Ribau Esteves aproveitou a Assembleia Municipal de ontem para dizer que esta situação não poderá prolongar-se durante muito mais tempo.

"Estamos a chegar ao limite deste processo. O nosso porto não aguenta muito mais. As consequências já são complexas. Nos gráficos de cargas deste ano é bem claro o que acontece aos movimentos nos meses de greve. É claro. O porto concorrente está em pleno funcionamento. Porque isto é o mesmo país, é a mesma lei, mas é de facto gente diferente. O Porto Douro/Leixões está a trabalhar em pleno, está a crescer, a bater recordes em vários tipos de carga. E está no mesmo país, tem as mesmas leis, o mesmo Governo, tudo. Eu também tenho lá amigos, mas o que lhes digo é para trabalharem. Que nós precisamos que eles trabalhem. Estamos a falar de 50 pessoas no nosso porto, 50 pessoas que estão a afetar o trabalho de unidades industriais que têm dezenas de milhares de trabalhadores, muitos deles a ganhar o ordenado mínimo nacional. Estas 50 pessoas ganham entre 2500 e 5000 euros por mês. Portanto, isto tem que nos preocupar. Isto tem que nos levar a dizer aos nossos amigos e aos outros que é preciso uma atitude diferente”.

Texto: Afonso Ré Lau
Diário de Aveiro


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