ÁGUEDA: PARTIDOS CONCORDAM QUE É PRECISO CLARIFICAR PLANO ESTRATÉGICO DO CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO-VOUGA.

O Partido Socialista afirma-se surpreendido com o que diz ser a “inação” do Ministro da Saúde e lembra que já tinha alertado para os constrangimentos do funcionamento do Centro Hospitalar do Baixo-Vouga. Neto Brandão aproveitou o debate de ontem em torno de uma petição popular a propósito do futuro do Hospital de Águeda para relembrar que os avisos estavam feitos.

“Queria denunciar a gravidade da situação quando há um ano o sr Ministro sabia da espera em hematologia. Isto é da maior gravidade. O que as gentes de Águeda, Estarreja e Aveiro exigem é que o centro hospitalar cumpra o desígnio para que foi criado. Que não cumpriu. Que é potenciar as virtudes de cada núcleo para que a soma das partes resulte melhor que isoladamente”.

Na sequência do anúncio feito, pelo Ministro da Saúde, relativamente à lista de espera média de 658 dias para primeira consulta de Hematologia no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, a Federação Distrital de Aveiro confessou-se “totalmente surpresa” pelo facto de só agora o Ministro se preocupar com o assunto e tendo conhecimento dele há mais de um ano.

Pedro Filipe Soares, do BE, diz que o dia-a-dia dos cidadãos exige um serviço diferente do que existe atualmente. “Se pensarmos sobre esse problema estamos a encontrar na raiz o que aconteceu com Águeda e Estarreja e a retirada de valências que levou a um aumento brutal de casos em Aveiro. Há perda de proximidade para rebentar pelas costuras o hospital de Aveiro. Águeda quer respostas para os cuidados de saúde para não passar horas em Aveiro”.

Paula Batista, do PCP, considera que as políticas de redução de custos estão a levar o Centro Hospitalar para uma situação de desequilíbrio. “O verdadeiro objetivo é reduzir despesas à custa dos utentes. Para além de uma imposição da troika é uma opção ideológica deste Governo de atacar o Serviço Nacional de Saúde”.

Paula Cardoso, do PSD e ex-candidata à liderança da autarquia, junta-se à maioria socialista para apontar o dedo à administração do Centro Hospitalar. “O plano estratégico tem sido uma espécie de tabu. A ARS diz que não há plano e o centro hospitalar diz que há. É lamentável esta forma errática, contraditória e obscura à volta do plano gizado. Há incerteza porque ninguém conhece o desenho final. Na prática o que se assiste é a um esvaziamento”.


Diário de Aveiro


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