O PS de Ílhavo defende a instalação de uma estação permanente que permita monitorizar a qualidade do ar na Gafanha da Nazaré e o PP quer ver instituídas novas formas de movimentar cargas que possam constituir foco poluidor para os habitantes da cidade contígua ao Porto de Aveiro. Ideias avançadas na edição desta semana do programa “Discurso Direto”.
João Alberto Roque lamenta que nem todos percebem que a ação popular por via de um abaixo-assinado mais não é do que um sinal de alerta.
“Quando falei disto critiquei a tentativa de calar as pessoas. As pessoas falam porque sentem na pele. Se calhar não estarão 100% informadas. Por isso a minha proposta de criar um observatório da qualidade do ar”.
O PCP, pela voz de Daniel Santiago, considera que a proposta do PS deve ser encarada com firmeza.
“O observatório que foi referido, se calhar, é uma medida que matava muitos ´mosquitos` que andam aí no ar. Com esse estudo permanente sabe-se e as pessoas andam descansadas”.
Hugo Rocha, do PP, considera que deve haver cautela ao abordar estes assuntos. Diz que não há provas científicas sobre os efeitos nocivos do petcoke. Ainda assim diz que é possível melhorar procedimentos na movimentação de cargas e minorar os impactos para a população.
“Sugeria a par da estação meteorológica que a trasfega fosse feita por um silo e que a expedição fosse também por vagão fechado”.
Carla Lima, do BE, lamenta que de cada vez que se fala de um assunto mais relevante não surjam respostas conclusivas por parte da autarquia.
“Quando questionado sobre questões mais ou menos difíceis, mais ou menos complicadas ou dúbias, o presidente responde com não respostas. Ficamos a saber o mesmo. Aconteceu nas últimas assembleias. Quando alguém do público falou sobre o ambiente na Gafanha da Nazaré o presidente dá respostas evasivas. É preciso alterar isto”.
Rui Dias, do PSD, contestou o que diz o protagonismo que algumas pessoas vão buscar aos movimentos populares em casos que merecem abordagem científica.
“Os estudos que existem são os que foram comentados e que o presidente de Câmara partilhou. As pessoas gostam de ser acompanhadas nas inquietações e angustias e que alimentem essa inquietação. Por vezes os movimentos tornam-se incontroláveis em torno de questões que se calhar não têm a relevância técnica que lhe querem dar. Há pessoas que precisam de palco. Há pessoas que acompanham as inquietações porque não têm nem inquietações nem soluções”. Diário de Aveiro |