AMA: DEBATE SOBRE AUDITORIA INTERNA À CÂMARA DOMINOU SESSÃO DESTA NOITE.

A apreciação do Relatório de Auditoria Interna à Câmara de Aveiro preencheu quase a totalidade da sessão da Assembleia Municipal de Aveiro realizada esta noite.

O Deputado do PCP, Filipe Guerra disse que “a auditoria corresponde a uma vontade deste executivo que quer colocar o 'conta-quilómetros' a zero. Relativamente aos últimos oito anos, o PP e o PSD querem agora fazer um exercício de branqueamento do mau trabalho realizado, querem lavar as mãos relativamente ao seu passado. Fizeram-se inúmeros negócios ruinosos na Câmara”, vincou.

Aida Tavares do Movimento Juntos por Aveiro sublinhou que o documento revela a preocupação do actual Presidente em "conhecer a casa mas, não é uma auditoria. Na sua equipa não há ninguém certificado para a fazer. As auditorias exigem um código de ética, não é o caso. A adjectivação no documento é excessiva. É um documento de marketing, puro. É subjectivo e confuso nos conceitos. Há abordagens subjectivas de factos e fala de ilegalidades na Aveiro-Expo que não são enunciadas. Este documento não é uma auditoria, não tem nem cumpre critérios exigíveis. Há princípios básicos que não são cumpridos. Seria bom que fosse feito um documento menos opinativo”.

Odete Costa da bancada do Bloco de Esquerda disse que “Ribau Esteves, até agora, não fez nada do que prometeu na campanha eleitoral. Este documento mostra-nos os verdadeiros responsáveis pela dívida. É o resultado do trabalho de gestores incompetentes”, referindo-se à 'gestão' da coligação liderada por Élio Maia.

O Deputado do CDS, Jorge Greno sublinhou que gostava de ver no debate mantido na sessão “os ex-autarcas que estiveram na Câmara durante os mandatos anteriores” liderados por Élio Maia, para explicarem os números da auditoria interna. “Há aqui pessoas que há oito anos estavam de acordo e agora estão surpreendidas. Quem fez este trabalho foi competente. Tenho pena que não estejam aqui pessoas que poderiam dar respostas concretas, preferindo ter ficado comodamente em casa", lamentou, referindo-se a Élio Maia e a elementos da sua equipa de Vereadores.

Santos Costa, do Movimento Juntos por Aveiro repetiu que os documentos apresentados “não são uma auditoria”. “Não permitem o contraditório nem revelam quem foram os auditores”. Quanto aos resultados, disse que "a montanha pariu um rato". “Todos conhecem o que foi revelado. É um documento assinado pelo Presidente. O contraditório tem de existir. Li o documento e fiquei agastado. É um documento que nada tem de relevante. De auditoria só tem o título. Não tem ficha técnica, a natureza da acção, metodologia e condicionalismos. Não é um documento assinado por pessoas independentes. A intenção do documento é duvidosa. Ribau Esteves é capaz de fazer muito melhor, sei disso. Este documento não serve para ajudar a tomar as decisões certas. Concluo que o único objectivo foi o de procurar 'vasculhar' algo que supostamente estaria escondido. O que encontraram foi o que conhecemos”, disse.

Marques Pereira do PS disse que “não sei qualificar se isto é uma auditoria. Será um 'apanhado' dos problemas. Há um conjunto de informação relevante que nos preocupam do ponto de vista financeiro e económico. A maioria do anterior mandato 'navegava' mal. Estamos preocupados com as informações reveladas. É um documento opinativo e há indícios de ilegalidades graves”.

Manuel Prior (PSD), referiu querer apurar “responsabilidades” no caso do “cartão de crédito do ex-Diretor Geral da Aveiro-Expo, com alegados gastos de mais de 21 mil euros sem justificativos”.

Ribau Esteves, líder autárquico, vincou os documentos apresentados como sendo “um acto político”. “Não há aqui normativos legais e técnicos. É uma fotografia da realidade para implementar um processo profundo de reforma e reestruturação. A nossa opção é cristalina. Não estou interessado no passado. Quero partilhar a verdade com os cidadãos e reestruturar a Câmara. Santos Costa (MJPA) entendeu que a montanha pariu um rato mas, não estou de acordo. A montanha pariu um boi enorme”, referindo-se aos 11,1 milhões de euros “postos em cima da mesa”, como sendo “dívida não formalizada nas contas oficiais”. “Tomara eu ter encontrado ratos e não bois, aí estaria felicíssimo”, disse.

“Em Portugal há o hábito de levar os lideres até à cova até quando se reconhece que eles são péssimos e maus. Em Aveiro, o PSD e o PP decidiram não apagar a história, apenas estão a construir um futuro novo. Decidiram mudar de caminho. Os responsáveis políticos de então, foram a votos e perderam, é a vida. Sou pragmático relativamente ao processo político mantido”, sublinhou. “Esses autarcas podiam ter dado uma ajuda importante mas decidiram não estar disponíveis para nos ajudarem”, disse, referindo-se aos Deputados do Movimento Juntos por Aveiro.

Ribau Esteves, apesar de questionado várias vezes, não disse nada relativamente às 'despesas do ex-Diretor da Aveiro-Expo'. (em actualização)


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