PRESUMÍVEL PEDÓFILO JULGADO À PORTA FECHADA

Oliveira do Bairro Presumível Pedófilo julgado à porta fechada Pedro Fontes da Costa J. T., de 32 anos, residente em Oliveira do Bairro, mais conhecido por “Litos”, foi julgado na última quinta-feira, dia 13, à porta fechada, pelo colectivo do Tribunal Judicial de Oliveira do Bairro, por dois crimes que, supostamente, cometeu, em autoria material e concurso real, de abuso sexual de crianças, uma de dez e outra de 13 anos, em Dezembro do ano passado. Os factos são claros e, num dos casos, a prova de DNA confirma a autoria do crime. O Ministério Público pediu a sua condenação. Ameaçou-a de morte Os factos decorridos remontam ao dia sete de Dezembro de 2001, pelas 21h50, na Urbanização o Adro, em Oliveira do Bairro, quando o arguido se cruzou com Paula (nome fictício), de dez anos. Esta ao abrir a porta do prédio onde mora, J.T. aproveitou e entrou com ela, perguntando-lhe se ia de elevador ou pelas escadas? Segundo a acusação terá sido nessa altura que agarrou Paula, beijando-a na boca, tentando de seguida, sem êxito, consumar o acto. Litos acabaria mais tarde por sair do prédio. Outra tentativa Passado cinco dias, Litos, que já andava a ser procurado pela população local e pela GNR, entrou num quintal de uma casa, nas proximidades do prédio, onde havia cometido o primeiro crime, e encontrou Maria (também um nome fictício), de 13 anos. Desconfiando que a mesma estava sozinha, agarrou-a e pôs-se por cima da menor, tentando em vão despi-la. Maria gritou pela mãe que apareceu e Litos pôs-se em fuga. Populares montarem piquetes de vigilância Perante estes dois crimes, a população de Oliveira do Bairro ficou em estado de choque. Juntaram-se vários grupos, que se iam desdobrando ao longo das 24h00 do dia, perseguiram o possível pedófilo, com a ajuda da GNR e da Polícia Judiciária, que, passados alguns dias, acabaria por deter o jovem. No decurso da primeira tentativa de violação da menor Paula, Litos deixou no átrio da entrada do prédio, sémen que foi recolhido e enviado ao Instituto de Medicina Legal de Coimbra, para uma eventual tipificação do DNA. Mais tarde, Litos foi levado ao mesmo instituto onde foi feita a comparação do perfil genético do arguido. Os resultados foram positivos. Aliás, as análises revelam que a possibilidade de encontrar um indivíduo com os mesmos marcadores genéticos é de um em cada 25 milhões de habitantes. Nem tudo ficou provado O arguido, dentro da moldura legal, poderá ser condenado a uma pena de prisão até oito anos, por outro lado, o seu já longo curriculum não lhe servirá como atenuante, mas sempre como agravante. O advogado de defesa, Jorge Mendonça, referiu ao Jornal da Bairrada que “nem tudo foi dado como provado”. Aliás, “não existe produção da prova, são crimes que não foram presenciados por ninguém”. Mas já “foi dado como provado que o indivíduo era consumidor de estupefacientes e andava num estado de inconsciência”. O arguido nunca admitiu os crimes que efectuou, reforçou o advogado de defesa. O Ministério público pediu a condenação do arguido, cujo acórdão será lido esta semana. Recorde-se que, quatro dias antes de ter consumado a tentativa de violação das menores, Litos tinha sido condenado a 28 meses de prisão, suspensa por três anos, pelo crime de furto qualificado. Do seu curriculum ainda fazem parte penas por atentado ao pudor e consumo de estupefacientes. (19 Jun / 8:54)
Diário de Aveiro


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