CARAVANA PORTUGUESA AYLAN KURDI PARTE HOJE PARA AJUDAR REFUGIADOS

“O nosso compromisso é fazer chegar a quem precisa. As pessoas doaram para aliviar o sofrimento dos refugiados e é esse o nosso objectivo, fazer chegar aos refugiados, onde eles estiverem”, disse à Lusa um dos membros da organização deste movimento da sociedade civil. De acordo com Maria Miguel Ferreira, a caravana leva sobretudo conservas de produtos não perecíveis e que não necessitam de ser cozinhados ou medicamentos de venda livre, porque há cada vez mais doenças a propagarem-se nos campos de refugiados. “Estamos a levar brinquedos ou não fosse esta também uma missão de homenagem a Aylan Kurdi, a criança cuja morte fez espoletar um bocadinho a consciência das pessoas em relação a esta crise”, diz a responsável, acrescentando que vão também levar roupa, principalmente impermeável e calçado confortável para caminhada, sacos-cama e colchonetes. São cerca de 50 toneladas de bens que vão ser distribuídos em dois camiões TIR. Um número que poderá rapidamente aumentar, estando a partida prevista para sábado.
A caravana portuguesa deverá ir para a Sérvia e para a Croácia, países onde está actualmente a maior concentração de refugiados. Já foram entretanto contactadas organizações não governamentais locais, sobretudo a Cruz Vermelha da Sérvia, que é apontada como aquela que está mais bem preparada para receber e distribuir junto de quem mais precisa.
Para além das entregas de bens nos pontos de recolha, a organização criou uma conta para receber donativos e que tinha recebido já mais de dois mil euros, dinheiro necessário para pagar o combustível dos camiões ou as portagens, por exemplo, mas também para comprar bens no local, como água, que fica mais barata do que transportada.
A trabalhar avidamente para que tudo isto se concretize estiveram cerca de 150 voluntários para além de 10 pessoas responsáveis pela organização da iniciativa, espalhados pelos 30 locais de recolha e as duas sedes em Lisboa, que contam igualmente com os donativos entregues por 30 empresas.
Uma iniciativa que começou há uma semana entre um conjunto de pessoas que não conseguiu ficar indiferente perante a tragédia humanitária que acontece às portas da Europa e afecta milhares de refugiados.


Diário de Aveiro


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