50 TRABALHADORES DESPEDIDOS DURANTE FÉRIAS EXIGEM EXPLICAÇÕES DO PATRÃO

Aveiro 50 trabalhadores despedidos durante férias exigem explicações do patrão Cinquenta trabalhadores de uma têxtil de Aveiro despedidos durante as férias, que acabavam hoje, estão concentrados à porta da empresa desde as 08:00, exigindo explicações do patrão. «Reclamamos a presença do patrão para explicar por que fechou a empresa abruptamente. Se tinha intenções de a encerrar, devia ter avisado os trabalhadores com 30 dias de antecedência«, disse a dirigente sindical têxtil Leonilde Capela. Os trabalhadores da Quema Têxtil, Lda., da zona industrial de Taboeira, Aveiro, iniciaram um período de férias a 01 de Agosto e deveriam retomar a laboração hoje mesmo. Mas a 27 de Agosto receberam da empresa a comunicação formal de que estavam despedidos. «A sociedade, que trabalha para um único cliente, deixou de receber encomendas, motivos pelo qual é totalmente impossível a manutenção dos postos de trabalho, que assim caducam«, lia-se na carta enviada pela Quema aos seus trabalhadores. De acordo com José Freitas, também dirigente sindical têxtil, o fecho da empresa nestas circunstâncias «foi um acto de cobardia e revela evidente má-fé do empresário«, um nórdico que também dispõe de uma tinturaria na Trofa e que a Agência Lusa não conseguiu contactar. Por seu turno, a delegada sindical Isabel Cristina disse que os trabalhadores da empresa estiveram, antes de férias, vários períodos sem qualquer ocupação, pelo que questionou então a gestão sobre o que se estaria a passar. «Argumentaram-me que não tinha nada com isso, porque os salários estavam a ser pagos e disseram que preocupações desse tipo cabiam em exclusivo à administração. Viu-se agora que realmente deveria estar preocupada«, disse, revelando que pediu a intervenção da Inspecção-Geral de Trabalho. A situação da empresa, que já passou por um período de «lay-off« decorre, segundo o dirigente sindical José Freitas, de «evidente má-gestão« e não da propalada crise no sector. «Nunca o têxtil teve tanto trabalho como agora«, assegurou o dirigente, sustentando que as empresas do sector não dão prejuízo. «Não dão é o lucro que eles queriam«, disse. Acusou ainda o patronato do sector de ser «retrógado« e «chantagista« e disse que «também neste caso o Governo é fraco para os fortes e forte para os fracos«. Os 50 trabalhadores despedidos, que auferiam o salário mínimo nacional, ficam agora abrangidos pelo subsídio de desemprego. (2 Set / 10:47)
Diário de Aveiro


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