AUTARCA QUER SABER FUNDAMENTOS DA RECUSA DA INCINERADORA

O presidente da Câmara de Aveiro (PS), Alberto Souto, mostrou-se surpreendido com a decisão do Governo em recusar uma incineradora dos resíduos sólidos urbanos da zona centro e reclamou mais informações sobre os seus fundamentos técnicos.

"Os municípios que integram a ERSUC (Empresa de Resíduos Sólidos do Centro) aprovaram um estudo que apontava um caminho, mas agora há novos dados que defendem que o tratamento mecânico e biológico é a única solução", justificou o autarca socialista.

O ministro do Ambiente, Nobre Guedes, anunciou hoje que os lixos produzidos pelos 1,4 milhões de habitantes dos 36 concelhos do litoral Centro abrangidos pela ERSUC serão tratados por métodos mecânicos e biológicos, sem recurso à queima (incineração) como era até agora admitido pela empresas.

Salientando que "nenhum município quer uma solução ambientalmente agressiva nem financeiramente gravosa", Alberto Souto defende que "era importante que todas as entidades se pusessem de acordo" nesta matéria.

Assim, "espero que esta solução seja confrontada com os estudos da ERSUC", defendeu o autarca, desconhecendo os "dados técnicos" que sustentaram a decisão do Ministério do Ambiente.

"Agora, passado todo este tempo, o Governo vem dizer que a melhor solução é outra", estranhou Alberto Souto, embora reconhecendo que esta decisão "terá pelo menos o mérito de fazer com que de uma vez por todas as entidades se ponham de acordo".

No entanto, este responsável recorda que "no estudo da ERSUC também havia uma triagem e tratamento mecânico e biológico" dos resíduos, sendo apenas incinerado aquilo que não era processado.

"Só espero que esta decisão que foi tomada tenha sido devidamente amadurecida do ponto de vista técnico", frisou.
Diário de Aveiro



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