O Teatro Aveirense acolhe o concerto de Cristal Baschet (ou órgão de vidro), intitulado Dounia, com a música francesa Karinn Helbert e o cantor sufi marroquino Ahmed Abdelhak El Kaâbe.
O Cristal Baschet ou órgão de vidro é um instrumento criado em 1952 pelos irmãos Bernard e François Baschet. O Cristal é o resultado de um trabalho de experimentação de tecnologias electro acústicos.
Estrutura impressionante que faz vibrar uma estrutura acústica, o Cristal Baschet faz parte de uma família de instrumentos ditos «vergeophone» (que engloba o acordeão e a harpa de boca entre muitos outros).
É um instrumento extremamente complexo composto por hastes de cristal que o músico toca superficialmente com os dedos húmidos. As vibrações são transmitidas a outras hastes, metálicas desta vez, e propagam-se sobre uma placa central. O som é ampliado por dois cones dirigidos para o exterior.
As hastes ativadas pelo artista equivalem ao teclado de um piano de cinco oitavas. Os dedos húmidos deslizam sobre os arcos de cristal fazendo vibrar os eixos metálicos, a partir destes surge o som, que é depois ampliado acusticamente pelos cones em fibra de vidro e por uma grande placa em metal cuja forma pode lembrar uma chama.
Autora, compositora, actriz e música, Karinn Helbert gosta de se exprimir através de diferentes géneros artísticos. Com o Cristal Baschet Karinn mistura todas estas influências.
Pianista de formação, virou-se para o Cristal graças à escola aberta por Michel Deneuve. O som produzido pelo instrumento lembra-lhe ao mesmo tempo, um órgão, um violoncelo e uma viola de gamba.
“O encontro com Cristal Baschet leva-a aos confins de uma sonoridade particular, este teclado de vidro, frágil e poderoso; esta água, efémera e necessária; esta leve densidade… tornava-se a interprete ideal de emoções polimorfas e de musicalidades engalanadas”.
Promovido pelo Instituto Francês de Portugal e a Universidade de Aveiro, em parceria com a Câmara Municipal de Aveiro, o concerto tem início marcado para as 21h30.
A entrada é livre, exigindo, no entanto, a apresentação de um bilhete a ser levantado na bilheteira do Teatro Aveirense.
Diário de Aveiro |