O investigador John Brannigan, da University College Dublin, convidado especial na 8.ª edição do seminário “Desafios do Mar Português”, defende que há um lado imaterial na cultura marítima que é difícil medir mas que as universidades precisam de trabalhar. 
No fim de semana dedicado ao tema “Portugal e o Mar: um novo regresso”, Brannigan falou sobre economia azul e todos os indicadores possíveis para medir políticas na vertente económica. 
Mas faltam indicadores sobre a cultura, a identidade, o peso histórico e o sentimento de pertença das comunidades e o peso que arte e cultura têm na abordagem ao fenómeno marítimo. 
“Os biólogos conseguem dizer quanto se perde com poluição, com diminuição de recursos marinhos, quanto se perde se as praias estiverem sujas e não houver espaço para turismo. Mas a área em que a economia não chega é à questão cultural. Como podemos apreciar o mar pelo lado estético, cultural, espiritual e de significado cultural? As ciências sociais têm que nos dizer a história e o valor dessas coisas. O que as pessoas mais valorizam são esses temas como o sentimento de pertença, cultura e linguagem. Temos que encontrar forma de responder a esta questão”. 
O académico lembra que aí reside parte da riqueza que ainda ninguém conseguiu pesar (com áudio) 
  
  
foto: Zita de Pinho 
Diário de Aveiro |