PSD GANHOU TAMBÉM NA LIMPEZA

Sabe-se que a política ajuda à sujidade da paisagem, sobretudo em tempo de campanha eleitoral.

Uns partidos mais, outros menos, conforme os “patrocinadores”, particulares ou empresas, todos espalham cartazes, para que o retrato passe, (grandes, médios, pequenos, estes quase escondendo a cara dos candidatos, tudo à medida dos objectivos e das carteiras). Pronto, é assim.

Normal era, em tempos, que, depois de feita a contagem dos votos que fazem uns vencedores e outros vencidos, os cartazes continuasem a fazer a propaganda, já desnecessária.

No concelho de Oliveira do Bairro também era assim. Dizemos era, porque, desta feita, o partido ganhador, o PSD, que puxou pela vaga laranja, honra lhe seja feita, dois ou três dias após o pequeno terramoto eleitoral que teve como epicentro a esquecida freguesia de Oiã, já tinha recolhido (ou mandado recolher, para o efeito é o mesmo) praticamente todos os cartazes, com a mesma agilidade que os colocava. Uma máquina a lançar a propaganda, uma máquina a vencer, uma máquina a limpar...

Ágil também foi o PS.

Feito este trabalho, restam na paisagem as caras dos derrotados do CDS (e também de vencedores nas freguesias), quando já lá não fazem nada. São um apelo inútil, uma lembrança triste.

Mas também se compreende que sejam mais lentos na recolha. Estão a digerir (e é necessário que o façam em consciência) a derrota, que achamos natural, ao fim de um ciclo de 16 anos.

Diga-se que se alguém havia de ter mais pressa era o CDS que até foi pobre na campanha, nas palavras e nos cartazes, quase em tudo.

As lágrimas e o exame de consciência deveriam ficar para outros dias de menos nuvens.


Pimenta de Oliveira
Diário de Aveiro



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