EM MUITOS CORAÇÕES CUBANOS PALPITA HOJE UM SENTIMENTO DIFERENTE

"Cuba Libre" é uma bebida feita à base de rum branco e Coca-Cola, levando também o sumo de meio limão. Atribui-se a invenção desta bebida aos soldados norte-americanos que ajudaram nas guerras da independência cubana (1898). Os Cubanos sonham que a bebida trazida pelos americanos possa um dia ser compartilhada por todos os cubanos da diáspora.

No dia 19 de Janeiro último, houve eleições para eleger a Assembleia Nacional em Cuba. Diferentes das eleições na maioria dos países onde se diz haver eleições burguesas. Entre as particularidades distintivas destas eleições sabemos que não houve campanha eleitoral, que o número de candidatos foi caprichosamente igual ao número dos que foram eleitos e que os eleitos tinham previamente sido escolhidos pela nomenclatura dirigente. Também não foi obrigatório votar mas, estranhamente, 96,89% votaram e destes, apenas houve 3% de votos nulos e 1% de brancos. Segundo a oligarquia dos Castro, estas foram eleições democráticas num País que dá a todos os cidadãos a oportunidade de viverem felizes e livres da opressão do capitalismo. Para culminar este notável processo político, no passado domingo, os escolhidos nomearam o continuador dinástico da família Castro: Raúl.

O regime ditatorial dos irmãos Castro garante saúde e educação gratuitas mas, ao mesmo tempo, priva o seu povo da liberdade política e económica. A revolução que Che e Fidel fizeram, e que até teve o apoio dos odiados EUA, apenas teve o condão de mudar as faces, pois a opressão e a ditadura ficaram na Ilha.

Come se escreve no texto introdutório de uma grande reportagem de Sandra Felgueiras e Bruno de Jesus transmitida pela RTP: "Quase 50 anos depois da Revolução que levou Fidel ao poder, os ideais de Che deram lugar à desilusão. Em muitos corações cubanos palpita hoje um sentimento diferente. Se o médico argentino que se converteu num ícone mundial não tivesse sido assassinado há precisamente 40 anos na guerrilha boliviana, os cubanos mais corajosos provavelmente sussurrar-lhe-iam: "Hasta Cuando"? A Fidel não podem. O Regime proíbe!"

Entrevista http://video.google.com/videoplay?docid="-3558611932214626384

António Granjeia*
Director do Jornal da Bairrada

Diário de Aveiro



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