ENTRE TERCEIRO E O QUINTO LUGAR

O Aguas Boas não quer passar pelos sobressaltos da época passada (13º lugar) onde alcançou a manutenção na última jornada, apesar de, contas feitas, mesmo que a classificação não lhe permitisse ficar na 2ª Divisão da AFA, não teria descido face à desistência de vários clubes para a presente época.

O objectivo para a nova temporada passa por lutar pelo meio da tabela para cima, entre o terceiro e o quinto lugar, mas a grande luta do clube são as infra-estruturas. Enquanto o novo parque desportivo não avança (há anos prometido pela autarquia), a direcção, uma vez mais liderada por Rui Rocha, vai fazer "uma lavagem" ao velho campo de Santa Margarida.

Limitados. De um ano para o outro nada mudou no capítulo das infra-estruturas, um problema que já se arrasta há anos e que ainda não tem solução à vista.

Rui Rocha, que já perdeu a conta dos anos que está à frente do Águas Boas, juntamente com os seus colegas de direcção, vai fazer algumas remodelações no campo de futebol. "O que existe já não tem solução. A espinha está torta e apenas espera pela morte anunciada", frisou o presidente canarinho.

Nesse sentido, o clube vai arranjar o campo, balneários, iluminação e arranjar um mini espaço para os mais pequenos treinarem.

De acordo com Rui Rocha, a ideia é que "as estruturas existentes aguentem mais dois a três anos até que a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro cumpra com aquilo que prometeu. Esperamos nesse período ter as coisas a funcionar".

E a promessa é um novo parque desportivo a construir junto à futura Escola Primária. O Águas Boas conta com todos os escalões (pré-escolas a seniores) e, como é óbvio, as condições são mínimas. "Os clubes vizinhos cresceram, têm estruturas, e os miúdos preferem outras condições", disse, com algum lamento, Rui Rocha.

Instado a pronunciar-se por que está há tantos anos à frente do Águas Boas, Rui Rocha foi lapidar: "O único objectivo que me move é criar o parque desportivo, porque o lugar merece. Sobre o resto, não é fácil ser dirigente. Somos nós que temos que arranjar uma direcção e pedir às pessoas, por favor, para fazerem parte do grupo."

O orçamento é de 25 mil euros, e para já o clube ainda não tem apoios.

Sobre os objectivos para a próxima época, Rui Rocha falou de uma forma abrangente: "Na época passada, o campeonato foi anormal porque havia equipas bem apetrechadas como há anos não se via e não tenho memória. Acredito que o campeonato vai regressar ao nível de há 2 anos e, por aquilo que conheço dos meus jogadores e das outras equipas, o Águas Boas tem condições para ficar entre o 3º e o 5º lugar."

Regresso. Quatro anos depois, Artur Rabiça regressa a Águas Boas para orientar a equipa. Aceitou de bom grado o convite formulado pela direcção e, sobre como encontrou o clube depois deste hiato, o treinador diria que "melhorou qualquer coisa, há mais organização, e 100% preparado para este novo desafio", depois de ter treinado o Paradela e as camadas jovens do Fermentelos, desde os Infantis aos Juniores.

No que toca aos objectivos, Artur Rabiça não traçou metas: "Vamos, jogo a jogo, tentar somar os três pontos. Se não o conseguirmos, tudo faremos para dignificar a camisola e o emblema que representamos. Foi-me pedida a permanência e não passar pelos sobressaltos da época passada."

Para o técnico, o plantel oferece garantias: "É jovem, com valor e com vontade de trabalhar. Estou satisfeito."

Numa análise do que poderá ser o próximo campeonato, Artur Rabiça não tem dúvidas que vai ser competitivo e equilibrado: "Acredito que não vai haver supremacia de nenhuma das equipas, nem o fosso pontual entre os primeiros e o meio da tabela", para concluir que "se as equipas se mantiverem organizadas de princípio ao fim irão tirar dividendos nos objectivos delineados no início de época".

Manuel Zappa
Zappa
Diário de Aveiro



Portal d'Aveiro - www.aveiro.co.pt