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30-08-2005

Férias


Editorial

Numa altura em que muitos portugueses estão a voltar de férias, em que muitos emigrantes retornam aos países de labuta, talvez seja interessante meditar um pouco sobre este tema: férias.

O direito ao gozo de férias é um direito constitucional e está consagrado numa das leis que nos rege. A legislação nacional encara as férias não só como um gozo pessoal do trabalhador, mas também como uma forma essencial para o desenvolvimento nacional como se depreende do preâmbulo da lei "...

O direito a férias deve efectivar-se de modo a possibilitar a recuperação física e psíquica dos trabalhadores e a assegurar-lhes condições mínimas de disponibilidade pessoal, de integração na vida familiar e de participação social e cultural."

Mas será que é assim? Quantos portugueses nunca gozaram férias? Quantos desconhecem até o significado da palavra? Quantos trocam as férias por trabalho noutros empregadores? Quantos empresários, em nome individual, não as podem, pura e simplesmente, ter? Estes são uma grande maioria silenciosa que para além da crise nunca têm direito a essa regalia.

Mas também existem aqueles portugueses que trocam as suas férias por trabalho generoso em associações humanitárias, nos quartéis dos bombeiros, nos clubes desportivos, nos escuteiros, enfim na dedicação ao próximo. Será que lhes agradecemos suficientemente essa disponibilidade?

Depois aparece uma grande quantidade de portugueses que passa as férias perto de sua casa, que vai à praia mais próxima ou passa esse tempo como pode porque as despesas inexoravelmente se acumularam durante o ano.

Por todas estas pessoas, portugueses como nós, deveremos repensar a forma como passamos as férias. A ostentação pura e simples é um pecado nestes dias. Pedir dinheiro para ir de férias é quase que obsceno. Passar uns dias em família, alterando substancialmente os nossos hábitos diários, cometendo aqui, e ali, um pequeno excesso não agride a nossa comum consciência e honra, por defeito, aqueles portugueses que oferecem as suas férias em prol dos outros.

É por isso que não acho demagogia haver quem se insurja com as férias num qualquer safari africano do Primeiro-Ministro enquanto Portugal arde no verão (a palavra não existe mas é “rearde”). Não porque não tenha direito de as ter ou gozar, mas porque o cargo para que o elegemos o obriga a “estar presente”. Todos sabemos que não apaga fogos nem coordena homens no terreno, mas deveria estar próximo do povo, ouvir as suas angústias e lamentos, mesmo que pouco possa ajudar. Esse é o primeiro dever do político. Ouvir.

O segundo, bem mais difícil, é agir para mudar e resolver os problemas, mesmo que lhe custe a popularidade imediata. O reconhecimento virá com o tempo se tiver agido bem.

Ora, o Eng. José Sócrates primou pela ausência no pior dos fogos de verão, e, quando apareceu, mostrou um ar de enfado e percebeu-se pela sua postura televisiva quanto a consciência lhe pesava. Por último, inventou que quem ganha com o estado de emergência são as seguradoras.

Será, que para além dos fogos, que já são cíclicos e quase que uma praga, não nos calha um Primeiro-Ministro que jeito tenha?

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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