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TEATRO

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Wilde

Wilde


dia 27 de Março pelas 21h30/ ano 2013

Teatro Aveirense


MALA VOADORA + MIGUEL PEREIRA
DIA MUNDIAL DO TEATRO

No Dia Mundial do Teatro, apresenta-se Wilde parte do universo de Oscar Wilde. E da sua peça O Leque de Lady Wendermere.
Wilde é uma cocriação da

mala voadora e de Miguel Pereira.
Wilde talvez comece como teatro e acabe como dança. Ou talvez comece como dança e termine como teatro. Ou as duas coisas. Ou nenhuma delas.
Wilde é um espetáculo com texto e sem texto – apolítico, convencional, elegante, radical e político. E selvagem.
Wilde tem uma mensagem, entretém, aborrece, desilude, entusiasma e não quer dizer nada.
Ou não.

Ficha Artística / Técnica:
Direção: Jorge Andrade e Miguel Pereira.
Com: Carla Bolito, Joana Bárcia, Nuno Lucas, Tiago Barbosa, Valentina Parlato.
Cenografia e figurinos: José Capela.
Desenho de luz: Daniel Worm d'Assumpção.
Sonoplastia: Jari Marjamäki.
Produção: mala voadora e O Rumo do Fumo.
Coprodução: Culturgest e Teatro Viriato.
Residência artística: mala voadora (Porto), Alkântara (Lisboa), ZDB (Lisboa).

A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura – Direção Geral das Artes.
A mala voadora é uma estrutura associada da Associação Zé dos Bois.

A peça:
O enredo desenvolve-se em torno de Lady Windermere, uma jovem puritana – a “good woman” – representativa da rígida moral vitoriana.
1º cato
A jovem esposa e mãe Lady Windermere faz 21 anos. É o dia da festa de aniversário. A intriga tem início: ela é avisada sobre o adultério supostamente praticado pelo marido, ao mesmo tempo que é galanteada por outro homem – Lord Darlington. Lady Windermere confronta o marido. Ele nega a relação extraconjugal e propõe-lhe que ela convide a suposta amante para a festa dessa noite.
2º cato
Na festa, quando Lord Windermere se prepara para revelar toda a verdade à sua esposa, é interrompido pela chegada da sua suposta amante – Mrs. Erlynne. Entretanto Lord Darlington, apaixonado, tenta convencer Lady Windermere a fugir com ele. No final da festa, Lady Windermere decide-se a fugir e deixa uma carta… carta que é encontrada por Mrs. Erlynne que, fica então a saber-se, é afinal sua mãe.
3º cato
Lady Windermere encontra-se em casa de Lord Darlington. Chega Mrs. Erlynne à sua procura para esclarecer o equívoco. Entretanto, chega também um grupo de homens e as duas mulheres escondem-se. É nesta altura que o leque adquire protagonismo: Lord Windermere encontra o leque da sua mulher em casa de Lord Darlington! Para que a sua filha não seja encontrada e identificada como a amante, Mrs. Erlynne aparece em seu lugar. Os homens ficam chocados e, entre eles, aquele com quem Mrs. Erlynne estava prestes a casar. Para salvar o casamento da filha, ela sacrifica-se, portanto.
4º cato
No dia seguinte, de novo em casa, Lady Windermere tem uma conversa amigável com o marido que lhe conta os acontecimentos da noite anterior e lhe fala da má conduta de Mrs. Erlynne. Esta é anunciada. Contra a vontade do marido, Lady Windermere recebe-a. Mrs. Erlynne vai partir para o estrangeiro. Pede a Lady Windermere uma fotografia dela e do filho. Enquanto esta se ausenta, fica a conhecer-se a verdade: tal como a sua filha na atualidade, Mrs. Erlynne era casada, tinha uma criança pequena e foi convencida por outro homem a fugir. Fugiu. Mas foi abandonada pouco depois. Agora, tem vindo a chantagear Lord Windermere, sob a ameaça de manchar a fama da filha com a sua própria fama.
Nem Lady Windermere ficará a conhecer a história negra da mãe, nem Lord Windermere ficará a saber da tentativa de fuga da sua mulher. As mentiras permitirão que vivam felizes. Feliz acaba também por ser Mrs. Erlynne que faz as pazes com o noivo.

O espetáculo:
Na análise dramatúrgica da peça, será dada particular importância às relações que se estabelecem entre a narrativa (ou o enredo emocional) e a pauta de ações que a acompanha. Para além daquilo que as personagens dizem, será tomado como matéria fundamental aquilo que elas fazem, o modo como se movem, os rituais sociais que cumprem, a minúcia dos gestos. No contexto do teatro burguês, tão fortemente caracterizado pela exploração de embustes ou equívocos (esta peça de Wilde é um bom exemplo disso), é muitas vezes através dos gestos que uma suposta verdade é comunicada ao público. Contra “aquilo que se diz”, “aquilo que se faz” revela a verdade moral das personagens. O gesto adquire assim o valor de referência em função da qual é avaliada a verdade, ou a falsidade, da palavra.
Neste sentido, não se pretende seguir apenas o que é explicitado na peça de Wilde. Outros componentes apontados na peça, como a festa ou o uso de leques, são particularmente propícios à exploração do movimento. O baile será tomado como parte fundamental do espetáculo quando, no segundo cato, a ação se desenrola tendo como fundo a festa de aniversário de Lady Windermere. Por sua vez, o manuseamento dos leques pelas personagens femininas poderá constituir recurso expressivo para vários pontos do espetáculo, considerando designadamente o complexo código de leques que se desenvolveu nos séculos XVIII e XIX.
No início do espetáculo, os protagonistas falam e agem de acordo com o previsto na peça. Podem ainda ter outros comportamentos que, apesar de não serem os indicados no texto de Wilde, são plausíveis considerando aquilo que é a representação de uma peça do século XIX. Depois, a partir desse registo, o movimento do corpo dos atores irá adquirir significados mais livres, ou mais autónomos, e a interpretação do texto irá evoluir num sentido mais coreográfico.
Para isso, prevê-se ainda que os vários momentos de resolução do enredo sejam transformados em momentos de suspensão desse enredo. Quando as situações dramáticas estão prestes a resolver-se, o texto é excluído interrompendo-se o fio condutor do espetáculo baseado na narrativa. Na ausência do texto, ou suspensa a resolução da narrativa, o espetáculo é entregue ao protagonismo do movimento. O movimento deixa de ser um componente do espetáculo enquanto recurso “ao serviço da encenação” e passa a estar em primeiro plano.
A capacidade comunicativa do teatro burguês – o modo como ele é capaz de conquistar a empatia do público – é, em grande medida, dependente da retórica do espetáculo. O texto apresenta-se como um componente do espetáculo que se encontra imerso na retórica dos vários recursos expressivos do “teatro” (a música, a luz, a imagem, etc.). Na resolução que se pretende dar a Wilde, são esses recursos – e, muito em particular, a eloquência do movimento – que se pretendem explorar enquanto geradores de significados poéticos.

Teatro | M/12
Sala Principal | Preço Único 5€
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