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09-11-2011

Investigador da UA publica artigo pioneiro sobre gato doméstico.


Os gatos domésticos, afinal, não circulam tão livremente em zonas naturais como se temia, embora tal continue a ser motivo de ...

Os gatos domésticos, afinal, não circulam tão livremente em zonas naturais como se temia, embora tal continue a ser motivo de preocupação para a conservação da natureza. Esta conclusão resulta de um estudo pioneiro sobre o gato doméstico realizado por Joaquim Ferreira, investigador do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) - Laboratório Associado – em parceria com investigadores do CBA/FCUL e espanhóis (EBD/CSIC). O artigo foi recentemente publicado na PLoS ONE, a maior revista científica de acesso livre com revisão por pares, disponível apenas online.

O estudo “Fatores associados à presença humana regulam as populações de gatos domésticos em áreas naturais” é o primeiro realizado fora de ambientes insulares ou urbanos, a partir dos quais se têm extrapolado conclusões para áreas continentais. A investigação analisou os padrões de ocorrência e abundância desta espécie e o modo como se movimentam em áreas naturais com baixa densidade humana, mais concretamente no sítio Rede Natura 2000 – Zona Especial de Conservação de Moura Barrancos. Envolveu, durante cerca de dois anos, inquéritos em 128 herdades, captura de mamíferos carnívoros e acompanhamento por rádio-frequência de gatos domésticos na área em estudo.

A investigação demonstrou que a distribuição e o número de gatos domésticos em zonas naturais depende dos recursos disponibilizados pelo homem, sendo a sua ecologia espacial limitada pelo estado de conservação dos habitats e pela existência de uma comunidade de carnívoros silvestres bem preservada. Ou seja, a presença de gatos domésticos depende da presença de pessoas, enquanto o número de gatos se relaciona com a presença das pessoas e a disponibilidade de alimentos.

Embora tenham sido vistos gatos domésticos em áreas naturais longe de habitações, isso não significa que aí consigam viver e constituir populações assilvestradas. Os investigadores perceberam que os movimentos diários (sobretudo impulsionados pelas fémeas) se faziam de modo a evitar grandes áreas de mato e matagais e locais de ocorrência de outros carnívoros, em particular a raposa, e que a maior distância percorrido por um macho foi de seis quilómetros, parando em várias habitações que ia encontrando. No caso da habitação mais próxima se situar a mais de três quilómetros da habitação onde está, o gato acaba por permanecer no novo local.

Este trabalho representa um enorme contributo para a estratégia de conservação da diversidade biológica em áreas naturais, em especial para espécies ameaçadas como o gato-bravo-europeu, que se tem cruzado com o gato doméstico – ameaçando a integridade genética e a preservação do primeiro -, e o lince-ibérico, para o qual o gato doméstico constitui veículo de doenças.

Para não agravar ainda mais os problemas de conservação das espécies silvestres, o investigador de pós-doutoramento e autor do estudo, Joaquim Ferreira, sublinha a importância de manter populações de carnívoros bem conservadas nas zonas naturais e de usar espécies mais eficazes que o gato no controlo do rato doméstico, como é o caso da coruja-das-torres.

Texto: UA

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