domingo, 2 de Novembro de 2025  10:54
PESQUISAR 
LÍNGUA  

Portal D'Aveiro

Publicidade Prescrição eletrónica (PEM), Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), Gestão de Clínicas Publicidade

Inovanet


RECEITA SUGESTÃO

Ovos no Forno

Ovos no Forno

Coza os ovos em água temperada com sal, durante 10 minutos. Ao mesmo tempo, prepare os espinafres com queijo. ...
» ver mais receitas


NOTÍCIAS

imprimir resumo
29-10-2009

Bispo Emérito reflecte sobre “reformas na Igreja e espírito conciliar”.


De quando em quando há quem pergunte se o Vaticano II está ou não a cumprir-se ou se é já um acontecimento do passado. Assim se ...

De quando em quando há quem pergunte se o Vaticano II está ou não a cumprir-se ou se é já um acontecimento do passado. Assim se expressa uma certa perplexidade ou mesmo dúvida quanto ao agir da Igreja e dos seus responsáveis, em relação a alguns aspectos nos quais parece que as coisas não andam no sentido conciliar ou andam, mas em sentido contrário.

Ninguém pode duvidar da intenção e da acção de Bento XVI que, desde o início do seu pontificado, expressou a sua fidelidade ao Concílio e a vontade de levar a bom termo, na continuidade, as reformas necessárias então previstas e os caminhos que se abriram.

Passos importantes continuam a dar-se no campo do ecumenismo com os ortodoxos e as confissões protestantes, bem como no diálogo inter religioso, mormente com o judaísmo e o islamismo. O Papa vem prestando, diariamente, uma especial atenção ao conhecimento da Palavra de Deus, viva e eficaz, ao património doutrinário, pouco conhecido, da patrística e da patrologia, às relações com o mundo da cultura, à urgente necessidade de evangelização proporcionando sempre uma iniciação cristã esclarecida e enraizada, à evangelização dos ambientes e dos dinamismos sociais mais influentes, à necessária interioridade da vida cristã, à vocação comum à santidade, à preocupação de tornar presente, no mundo e nas consciências, o Deus vivo e actuante de Quem Jesus Cristo é o rosto, que se tornou próximo e visível a todos os crentes.

Na Igreja são muitos os campos pastorais e apostólicos a merecer atenção, tanto a nível universal, como local e pessoal. Em muitos destes é mais difícil actuar as reformas necessárias, se as pensarmos segundo o espírito conciliar.

Logo a seguir ao Concilio, Paulo VI mostrou que a reforma devia operar de imediato em relação a coisas importantes como as reformas na Cúria Romana e estruturas pastoris de participação e corresponsabilidade e em relação a outras coisas importantes de ordem história. A Igreja devia mostrar que o essencial não podia continuar abafado por atavios históricos que não tinham qualquer sentido e desvirtuavam o espírito conciliar. Assim, acabou-se com a tiara pontifícia, a sédia gestatória, as vestes papais e episcopais necessitadas de caudatários, os vistosos arminhos, peças de luxo a cobrir outras já de si excêntricas, as luvas nas mãos e os humerais sobre os joelhos nas liturgias solenes. Simplificaram-se também as relações com o Papa, com um acesso mais facilitado, acabaram de vez expressões de reverência que humilharam muita Paulo VI quis, pessoalmente, que terminassem exageros históricos com um gesto humilde e reparador, em relação a Atenágoras, Patriarca da Igreja Oriental. Devolveram-se relíquias famosas, trazidas à força de templos orientais.

Tudo sinais, na Igreja e para a Igreja, a marcar a necessidade de simplicidade no vestir e no agir, de respeito, de espírito de serviço, de reconhecimento de direitos atropelados e de dignidade alheia, nem sempre reconhecida.

Restam ainda coisas supérfluas e equivocas, que deviam ter caído por si. Assim o exigia o novo rosto da Igreja, mercê do regresso às fontes bíblicas que inspiraram a teologia conciliar. Numa Igreja, Povo de Deus, todos os seus membros são radicalmente iguais, todos gozam da mesma dignidade e liberdade. Apesar disso, perduram, sem qualquer justificação e vontade de cedências, os superlativos e a redundância dos senhores” dons” no tratamento dos eclesiásticos, os brasões e os títulos, os monsenhores e as condecorações, como outras manifestações de tipo profano que obscurecem o rosto da Igreja, pela carga humana que retiram o brilho espiritual à grandeza do servir.

Roupagens da história, coladas ao corpo eclesial, nada consonantes com uma Igreja Serva e Pobre, Mãe e Mestra, cuja missão é testemunhar Jesus Cristo. Uma Igreja de irmãos, luz para todas as gentes, aberta ao diálogo salvador hoje e sempre. Os atavios profanos e as honrarias com cheiro profano só complicam, dificultam e dividem, dando da Igreja de Cristo uma imagem do que ela não é, nem pode querer ser. António Marcelino


ACESSO

» Webmail
» Definir como página inicial

Publicidade

TEMPO EM AVEIRO


Inovanet
INOVAgest ®