“A perda de um filho pelo qual nutríamos um amor profundo é, juntamente com a morte de um irmão gémeo verdadeiro, a experiência mais dilacerante e prolongada que é susceptível de ser vivida”. É assim que José Eduardo Rebelo, professor e investigador (na área da Biologia) da Universidade de Aveiro (UA) e presidente das associações Espaço do Luto e APELO – Apoio à Pessoa em Luto, começa o seu mais recente livro. “Defilhar – Como viver a perda de um filho” será apresentado em Aveiro no próximo dia 6, no Espaço do LUTO (Rua Almirante Cândido dos Reis, 27-B, Aveiro), pelas 17 horas. A sessão conta com a intervenção de Idália Sá Chaves, professora do Departamento de Educação da UA e de Marília Rua, professora da Escola Superior de Saúde da UA e dirigente da APPACDM. A obra é lançada sob a chancela da Casa das Letras, com o preço de capa de 13,90 Euros.

Interesse pessoal
José Eduardo Rebelo viveu um pungente revés pessoal ao perder a esposa e filhas num acidente de viação. Desde então dedica-se ao estudo da temática do luto, nos domínios da saúde, psicologia, cultura e educação. O seu interesse por esta área levou a concluir um Mestrado em Psicologia da Saúde e Intervenção Comunitária. Fundou o Espaço do Luto e a APELO, associações que preside, e já lançou três livros. Será possível superar a perda de um filho? Como nos conformamos com o nascimento de um filho deficiente? Ou com a perda de um filho durante a gravidez? E existe luto de um filho toxicodependente? Não há respostas fáceis a estas perguntas, mas com este livro, José Rebelo procura fazer uma viagem pelo “defilhar”, uma palavra nova que procura explicar como se consegue ultrapassar a perda de um filho e que concede uma merecida identidade social aos pais vítimas da perda de uma fatia do seu amanhã. Com uma linguagem simples, sensível e rigorosa, o autor tenta chegar aos pais enlutados, “no túnel denso da sua escuridão e sofrimento.