Rei morto, rei posto: chegou ao fim a aventura do iraniano Majid Pishyar em Aveiro, já substituído no comando da SAD do Beira-Mar pelos italianos do grupo Pieralisi. Ontem, logo após o Beira-Mar-Feirense, no estádio municipal, Miguel Azevedo Brandão, advogado do 32 Group, de Majid Pishyar, anunciou a venda dos 85 por cento do iraniano à multinacional transalpina, que tem negócios na área do azeite, empregando 700 pessoas e sendo presidida por Gennaro Pieralisi.
Ontem foi “o primeiro dia de trabalho” dos italianos à frente da SAD, após uma negociação “tranquila e franca” com o 32 Group que já decorria há algum tempo. Segundo Miguel Azevedo Brandão, havia “vários interessados” mas a escolha recaiu no grupo Pieralisi, não se sabendo as condições em que a transacção foi realizada. O valor envolvido na venda é um assunto “completamente sigiloso”.
Representantes do grupo Pieralisi, incluindo o seu director-geral, assistiram ao jogo frente ao Feirense mas não deram a cara. Os detalhes completos acerca da operação foram remetidos para mais tarde. Miguel Azevedo Brandão adiantou que os italianos têm “ligações” ao futebol, mas não revelou quais. A entrada em cena do novo acionista maioritário ter-se-á feito com intermediação do empresário português Fernando Mendes, com interesses no mundo do desporto.
Na conferência de imprensa estiveram presentes os membros da direcção do clube, treinadores e funcionários, que têm salários em atraso. Segundo o advogado da SAD, a intenção é “pagar o que há para pagar”.
O grupo Pieralisi chega a Aveiro “com os pés bem assentes na terra” e quer “arrumar a casa”, prometendo envolver-se no Beira-Mar para um “projecto a longo prazo”, assinalou Miguel Azevedo Brandão. “Um rosto e uma liderança presente” são garantias deixadas ontem pelo advogado.
A transição será “pacífica”, acrescentou, acreditando que clube e SAD, agora dominada pelo novo acionista, deixarão de estar “de costas voltadas”. O representante da sociedade apelou também à participação da cidade no projecto, dirigindo-se à Câmara e às “forças vivas”. “A cidade tem de perceber que o Beira-Mar é uma marca”.
Sobre eventuais alterações na equipa técnica e no plantel nada foi adiantado. “É prematuro”, observou.