domingo, 2 de Novembro de 2025  05:35
PESQUISAR 
LÍNGUA  

Portal D'Aveiro

Inovasis Prescrição eletrónica (PEM), Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), Gestão de Clínicas Inovasis

Inovanet


RECEITA SUGESTÃO

Ovos no Forno

Ovos no Forno

Coza os ovos em água temperada com sal, durante 10 minutos. Ao mesmo tempo, prepare os espinafres com queijo. ...
» ver mais receitas


NOTÍCIAS

imprimir resumo
03-12-2014

Estudo recomenda limitação à pesca e criação de área piloto para a recuperação da população de enguias.


A enguia tem futuro e os pescadores podem ter futuro ao lado da enguia. São dados que constam do estudo desenvolvido pela Universidade ...

A enguia tem futuro e os pescadores podem ter futuro ao lado da enguia. São dados que constam do estudo desenvolvido pela Universidade de Aveiro e que vai ser apresentado no próximo dia 13 de Dezembro. O colóquio sobre as enguias na ria de Aveiro vai apresentar dados de um estudo dedicado à enguia na economia regional num encontro que decorre na Murtosa no dia 13 de Dezembro nas instalações da COMUR.

Serve de apresentação ao projeto “enguias na ria de Aveiro – um ex-libris a preservar: biologia, sanidade e pesca”. Este encontro vai contar com a presença de investigadores da Universidade de Aveiro que apresentam ideias sobre a manutenção da espécie e o desenvolvimento.

Trata-se de uma iniciativa do Grupo de Ação Costeira da Região de Aveiro de forma a “estabelecer conhecimento que proporcione a sua exploração sustentada, ou seja, uma pesca continuada no tempo que não contribua para a extinção da espécie”.

Outros dos pontos deste estudo era perceber se o ambiente lagunar se encontra contaminado com poluentes que afetem a condição de vida da enguia e a tornem prejudicial ao consumo humano.

Os dados apurados levam os autores do estudo a recomendar a criação de “uma área piloto de intervenção para a recuperação da população da enguia e da gestão sustentada da sua exploração, através de intervenções a serem desenvolvidas a curto-médio prazo e a médio-longo prazo”.

“Muito embora se constate uma tendência ligeira de recuperação do stock de pesca, isto é, a quantidade de enguias disponíveis na Ria de Aveiro para serem pescadas, não sabemos se a propensão positiva verificada é consolidada ou é um fenómeno casual”.

Não tendo certezas sobre a sustentabilidade da recuperação do stock, os investigadores sugerem que, de forma preventiva, “sejam mantidas e fiscalizadas as normas legais em vigor, de restrição da pesca comercial da enguia na Ria de Aveiro”.

No caso da enguia-de-vidro com proibição total da pesca; no caso da enguia-amarela e enguia-prateada limitação do tamanho mínimo de captura dos exemplares para 22 cm. Nas sugestões fala-se em congelar a atribuição de novas licenças para artes destinadas à captura de enguia e manter o período de defeso, entre outubro e dezembro, para permitir a fuga dos reprodutores (enguia-prateada).

O controlo das atividades de pesca é outra das apostas com o preenchimento e entrega de um diário de pesca, com indicação do peso pescado, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada, e a região de incidência da pesca. Este um trabalho dos pescadores.

Nas Lotas com registo diário do peso desembarcado, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada e registo dos compradores comerciantes que adquirem o pescado de enguia.

No caso dos comerciantes de praça, com registo de um diário de abastecimento de enguia, indicando o peso adquirido, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada, e o abastecedor (pescador ou intermediário).

Para restaurantes é exigido o registo de um diário de abastecimento de enguia, com indicação do peso adquirido, discriminado por enguia-amarela e enguia-prateada, e o vendedor que abasteceu.

Quanto à pesca lúdica e desportiva da enguia os investigadores sugerem a “proibição total”.

Com estes passos, admite-se que num horizonte de 5 a 10 anos seja possível obter “resultados mais fiáveis sobre o estado da população e eventualmente o alargamento do aumento de esforço de pesca”.

No capítulo dedicado ao repovoamento, os investigadores defendem que as pisciculturas podem dar “impulso à produção de enguias” onde para além da entrada natural “devem ser introduzidas enguias pigmentadas no início da enguia-amarela”.

O estudo defende também que sejam definidas “zonas privilegiadas para o crescimento natural da enguia”, como a metade sul do canal de Mira, da Vagueira ao Areão, e a parte norte do canal de S. Jacinto, acima da ponte da Varela.

“Estas áreas devem ser repovoadas com, pelo menos, metade da produção de enguia-amarela das pisciculturas. Com esta medida, pretende-se incrementar o stock de enguia nas regiões e melhorar as capturas dos pescadores profissionais licenciados para pescar especialmente nessas zonas. Em relação à enguia-prateada produzida em piscicultura, cerca de 80% deve ser devolvida ao mar para seguir a migração para a reprodução”.

Outras das apostas é o alargamento do plano à Bacia Hidrográfica do Rio Vouga uma vez que a enguia pode aproveitar áreas que não as da ria de Aveiro sugerindo ações “nos obstáculos à migração, na recuperação dos habitats, no controlo das pescas, no repovoamento e nos predadores naturais”.

Para melhorar a qualidade e o controlo da produção, os investigadores dizem que a dispersão dificulta e colocam a criação de áreas específicas e mais restritas como a região do Areão, no canal de Mira, como solução para melhor controlar o processo.

No resumo, fica a certeza de que a atividade “pode ser atrativa do ponto de vista económico”, tendo em consideração os postos de trabalho que pode criar e o retorno financeiro e turístico para a região.

“Pode constituir uma fonte de reconversão dos pescadores lagunares, que vendo restringidas as suas licenças de pesca e tendo um bom conhecimento empírico sobre a enguia, podem ser uma mais-valia na produção da espécie”.


ACESSO

» Webmail
» Definir como página inicial

Publicidade

TEMPO EM AVEIRO


Inovanet
INOVAgest ®