Longe dos livros, cadernos, resumos e testes de avaliação, uma vez por mês um grupo de alunos da área vocacional do Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe, em Cacia, vai a uma “escola” diferente. Aqui, as aprendizagens acontecem, não pelos professores , mas pela mão de militares graduados, destacados pelo Comandante do RI10, José Sobreira, para acompanhar de muito perto estes alunos. Recorrendo à sua vasta experiência como militares, mas também no comando de homens, estes graduados “assumiram estes alunos com um carinho muito especial e, acima de tudo, uma sensibilidade tocante”, destacou a professora Ana Cristina ao Diário de Aveiro, acrescentando que “são alunos com idades entre os 14 e os 16 anos, que há muito se zangaram com a escola e deixaram de ter boas expectativas para com ela”. Rapazes e raparigas cujos percursos de vida não são fáceis, têm várias retenções ao longo do percurso escolar e um comportamento que passa frequentemente a barreira do aceitável. A escola tenta dar uma resposta capaz a estes alunos e os cursos vocacionais são disso bom exemplo. Se correr bem, no final do próximo ano lectivo estes alunos concluem o 9.º ano e deverão seguir uma área profissional. Até lá, há que ser criativo e tentar de todas as formas tornar o ensino interessante, dotando estes alunos de competências e ferramentas de autonomização e afirmação na sociedade de forma positiva e segura. A escola assume essa tarefa como sua e é no âmbito destes alunos da área vocacional que surgiram os protocolos com o Exército Português e a Marinha.