domingo, 2 de Novembro de 2025  05:46
PESQUISAR 
LÍNGUA  

Portal D'Aveiro

Publicidade Prescrição eletrónica (PEM), Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), Gestão de Clínicas Publicidade

Inovanet


RECEITA SUGESTÃO

Ovos no Forno

Ovos no Forno

Coza os ovos em água temperada com sal, durante 10 minutos. Ao mesmo tempo, prepare os espinafres com queijo. ...
» ver mais receitas


NOTÍCIAS

imprimir resumo
01-04-2003

Pára-quedista Bairradina é mulher de armas


Oliveira do Bairro

Oliveira do Bairro Pára-quedista Bairradina é mulher de armas Cumpriu missão em Timor-leste Pedro Fontes da Costa pedro@jb.pt Longe do olhar de todos, longe da sua Pátria, está de regresso à sua terra Natal, depois de cumprir uma primorosa missão em Timor-leste, a jovem Sílvia Rosa Oliveira. Nome que não nos dirá muito, mas que, nos meandros das forças militarizadas, já é bem conhecido. O 1º Cabo Oliveira (Sílvia Rosa), natural de Oliveira do Bairro, após ter completado os seus estudos, ingressou, no dia 11 de Novembro de 1995 em Tancos, num curso de pára-quedistas. Uma verdadeira mulher de armas, que, de entre uma dúzia de candidatas conseguiu, superar com êxito o difícil curso a que se tinha proposto. Apenas mais duas o conseguiram. Uma paixão pelas fardas A sua paixão pelo ramo militar surgiu desde nova. “Sempre gostei de fardas”, segredou-nos o 1º Cabo Oliveira que acabou por seguir esta vida, após alguns conselhos do seu tio. Na altura pretendia ingressar na polícia, mas foi aconselhada que, caso fosse à tropa, a sua entrada seria mais facilitada. O 1º Cabo Oliveira confessa que a sua recruta não foi fácil. Apesar de alguns exercícios terem um grau de complexidade inferior, chegou a um ponto que quase se viu obrigada a desistir. No entanto, a força interior era grande e conseguiu valentosamente ultrapassar todas as fronteiras. Relações públicas Após ter completado o seu curso foi transferida para a secretaria geral, mas sempre com uma enorme vontade de ir mais longe. Descobrir novas sensações que as três dezenas de saltos de pára-quedas não lhe deram. Era necessário aceitar uma missão. Recusou a primeira - Bósnia Herzogovina - mas aceitou uma segunda Timor Leste. Com Dili no horizonte do seu imaginário, o 1ª Cabo Oliveira tinha ainda que tirar a carta de condução, até para que pudesse desempenhar a profissão de relações públicas. Mãos ao volante e em poucas semanas já se apresentava apta a conduzir em todo o terreno. A viagem foi demorada. Para trás ficaram mais de 26 longas horas de avião, com algumas paragens para abastecer. “Quando estava a sobrevoar Timor, vi que seria um país espectacular, mas, sinceramente, nunca esperei encontrar tanta pobreza”. “Ninguém faz ideia de como aquilo é. Um país tão, tão pobre…”, reforça o 1º Cabo Oliveira. Pobreza cruel As ruas eram a prova da mais cruel pobreza. Dezenas de crianças vendem fruta, o seu ar não inspira grande confiança. “Olham para nós algo desconfiadas”. A Cabo Oliveira caracteriza Dili como sendo um grande Bairro da lata que a chocou profundamente. Ao contrário daquilo que acontece nas montanhas, onde a população vive de uma forma mais saudável. Sílvia (1º Cabo Oliveira) explica que a beleza natural de Timor faz do país um recanto paradisíaco que podia ser melhor explorado em termos turísticos. Contudo, a mentalidade da juventude parece estar desde cedo ligada à guerra, o que, na sua opinião, não ajudará o país a crescer. Em Timor, ao longo de toda a sua missão, foi uma privilegiada porque a sua função de relações públicas e condutora levou-a a conhecer toda a ilha. Pais orgulhosos Fala dos seus pais com muito amor, orgulho e carrinho, referindo que “a sua mãe é verdadeiramente a típica “mãe galinha”. “Se por ela recusei a primeira missão, pelo meu pai aceitei a segunda”. “Penso que estarão muito orgulhos”. Sílvia, filha única, reconhece que esta missão a ajudou a realizar alguns sonhos e, por outro lado, a ganhar ainda um maior orgulho pela boina verde que usa. Ao jornal da Bairrada mostrou-se confiante e preparada para encarar uma outra missão. Agora deixou Tancos de parte e foi transferida para São Jacinto. Leituras Para quem está longe do país, a procura de notícias sobre Portugal é uma constante. A RTP Internacional é vista nas horas livres, mas a maior ocupação passava por uma leitura atenta do Jornal da Bairrada que, apesar das três semanas que demorava a chegar, era sempre aguardado com expectativa. “Era uma alegria quando chegava às minhas mãos, o dia até parecia que corria melhor”, desabafa o 1º Cabo Oliveira. O primeiro salto Ainda se recorda como tivesse sido hoje. O primeiro salto é sempre algo que deixa uma jovem pára-quedista muito nervosa. A ansiedade é mais do que muita. “O nervosismo ocupa o nosso corpo, quase não o sentimos, o que nos acaba por retirar algumas sensações”. “Nós vamos caindo, lentamente, em pânico”, sublinha o 1º Cabo Oliveira. Mas para quem já deu mais de 30 saltos, existem de certo algumas histórias para contar. Nem todas com um final feliz. O 1º Cabo Oliveira tem em memória três saltos que a marcaram decisivamente. Num dos saltos acabou por partir um braço, após uma queda menos calculada. Num outro foi lançada de noite, numa zona de ventos fortes, e o medo instalou-se ao longo da descida. Já o último – um salto operacional com mochila e arma, - foi de praxe. “Saltei em Beja, sempre com muita ansiedade, mas todo correu bem”. (13 Fev / 12:13)

ACESSO

» Webmail
» Definir como página inicial

Publicidade

TEMPO EM AVEIRO


Inovanet
INOVAgest ®