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08-06-2004

Serão os desiludidos da política os mesmos do futebol


Editorial

Fiz esta pergunta a mim mesmo durante o fim-de-semana e acho que a resposta é que  61% são de facto os mesmo desiludidos. Já era previsível a forte abstenção do povo nestas eleições europeias e depois da grande envolvência nacional nos preparativos para o Euro a “banhada” foi ainda maior. Comecemos pelas eleições. Os factos são:

1: A campanha foi exclusiva e erradamente feita sobre temas de politica interna mas Portugal não fugiu à regra do resto dos Países da União nesta particularidade. 2: Que 61% dos portugueses não votaram e que cerca de 3% votaram branco ou nulo. A abstenção dá para tudo: traduz o desencanto da maioria dos cidadãos com a política e com os políticos mas também pode significar que muitos não quiseram participar porque as eleições pouco lhes diziam. Foi um cartão amarelo ao governo mas também à oposição. E considerando que o panorama abstencionista europeu foi geral e que os governos na maioria foram penalizados (de esquerda ou direita) importa que os deputados agora eleitos repensem a ligação que fazem do PE aos seus nacionais. 3: Dos que cumpriram o seu dever cívico, por cada 33 que votaram na coligação governamental 66 expressaram, de algum modo e sob diversas matizes, uma clara advertência ao Governo de Portugal e à forma como nos vem dirigindo.

Também me parece claro que o Primeiro-ministro, Dr Durão Barroso, entendeu isso no seu discurso aceitação dos resultados, e distintamente mostrou que estaria disposto a fazer correcções de políticas sem no entanto abandonar a linha de rumo traçada. A questão é saber se isso é possível? Eu penso que sim, embora o canal seja estreito e a barcaça tenha grande envergadura. Os sinais de retoma da economia estão aí e permitirão ao governo mexer já nos próximos orçamentos do estado dando mais folga aos que foram mais apertados. Se isto acontecer, se baixarem os impostos como prometeram, a confiança restabelecer-se-á e a economia funcionará. A ver vamos.

No futebol por sua vez os factos são:

1:Que jogámos pior que os gregos. 2:Que os gregos estiveram melhor tacticamente. 3:Que as nossas unidades mais sonantes foram uma sombra delas mesmas. 4: Que existe um excesso de vedetismo e um défice de confiança.

Mas o futebol é assim. Se não fosse ao lado era golo. Vejam como saíram os ingleses do prélio com os franceses. Quando a expectativa é demasiada para um jogo, que é apenas isso mesmo – um jogo, a desilusão é maior que a esperança inicial.

Mas a mim o que me tranquiliza é que a derrota poderá colocar os níveis de confiança no seu devido lugar e operar uma mudança de atitude nos jogadores. Afinal nós somos mestres na arte de tudo fazer à última da hora. E depois, à última da hora, também é mais fácil justificar o azar da bola ao poste, o cartão do árbitro etc etc. A história é conhecida. Mas tenhamos fé.

Mas o que me incomodou realmente foi ouvir, após a derrota, alguns comentadores de rádio dizerem que não haveria problema no apuramento português pois historicamente nunca nenhum organizador de campeonato europeu tinha ficado pela fase inicial. Os ditos comentadores à falta de melhor confiam no Sistema. Deus lhes perdoe, que a selecção lá ganhe e que nós não sejamos a excepção à referida regra histórica; mas com mérito.


António Granjeia*

*Administrador do Jornal da Bairrada

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