domingo, 2 de Novembro de 2025  15:56
PESQUISAR 
LÍNGUA  

Portal D'Aveiro

Publicidade Prescrição eletrónica (PEM), Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), Gestão de Clínicas Publicidade

Inovanet


RECEITA SUGESTÃO

Ovos no Forno

Ovos no Forno

Coza os ovos em água temperada com sal, durante 10 minutos. Ao mesmo tempo, prepare os espinafres com queijo. ...
» ver mais receitas


NOTÍCIAS

imprimir resumo
26-10-2004

A moralidade do orçamento


Editorial

Nos últimos dias temos visto as nossas televisões e jornais empenhados na discussão do Orçamento Geral do Estado para 2005. Os políticos, de todos os quadrantes empenham-se em debates, conferências e artigos, opinando e tomando partido sobre o assunto. Os mais diversos analistas têm, naturalmente, também o seu juízo. Parece-me que é um assunto (se bem que árido para a maioria dos portugueses) discutido e falado por gente qualificada e devíamos portanto, pensar que de tanta discussão se faria luz.

Mas, as contas públicas são muito complicadas de perceber. Têm contas e sub-contas, estão cheias de alíneas, parágrafos únicos, detalhes estranhos e passíveis de interpretações variadas. Portanto, quando em Portugal se começa a discussão de um Orçamento de Estado é natural que a quantidade de opiniões seja tão diversa quanto a extensa gama de contas dos OGE. Ficamos com a imberbe sensação que existem mais balizas para organizar a discussão que dinheiro para distribuir e gerir no orçamento.

Depois em Portugal tem-se a perniciosa mania de transformar qualquer orçamento em reformas, ou até, em contra-reformas fiscais. Para isso, inventam-se novas linhas de rumo a todo o instante ou desfazem-se, num ápice, estratégias anteriores que deviriam durar anos. Portanto, nada mais natural, que estas controvérsias sirvam na maior parte das vezes, para confundirem o público eleitor em vez de estruturar normas para o gasto público, estabelecer planos para a gestão da receita fiscal e delinear políticas de desenvolvimento consequentes. Muitas vezes fico a pensar que a confusão é premeditada, para permitir durante a sua execução atraiçoar e desvirtuar o orçamento planeado.

Existem aspectos muito importantes a debater e questionar num orçamento geral do Estado. O valor geral do défice e como este prejudica o equilíbrio económico da nação, a forma como politicamente se distribuem as verbas por cada ministério e organismos do estado, o molde e justeza dos impostos a cobrar ao cidadão e a maneira como vão ser gastos pelo Estado. etc.

Mas, depois de tudo discutido, fica-se com a impressão que o peso do Estado é, ainda assim, enorme. Quanto é a despesa do Estado, depois destas orçamentações? Nos últimos anos, e independentemente dos governos, o peso do estado na economia tem sempre aumentado e por essa via a despesa nunca baixou. A despesa pública de Portugal representa praticamente 50% do produto nacional. Significa que o nosso Estado consome metade da riqueza que geramos e ainda por cima de forma ineficiente. Por isso, um afamado economista da nossa praça exarou uma regra simples para classificar o OGE. Se a despesa aumenta ou estagna o orçamento é mau. Se a despesa diminuir, o orçamento é bom.

De todos os critérios expressos e das medidas anunciadas no orçamento para 2005 os partidários do governo hão-de achar-lhes coisas boas e os da oposição nelas verão riscos imensos para o País. Por isso, para mim, interessa-me mais acudir à tal regra simples enunciada por João César das Neves e a uma outra bem mais comezinha. Irão os contribuintes ver reflectido no seu bolso menos impostos por via de uma diminuição da despesa Estado ou melhor gestão da mesma? Aparentemente o orçamento produzido pelo Dr. Bagão Félix cumpre estes objectivos essenciais de baixar a despesa pública e de reduzir os impostos pagos individualmente pelos portugueses. A par deste desiderato ainda proclama uma mais justa distribuição da riqueza. Só existe um detalhe importante - ainda não foi executado e não sabemos como o Dr Bagão o vai controlar.

Fico a aguardar, pois, e como se diz na bola "prognósticos só no fim do jogo".

A despesa pública de Portugal representa praticamente 50% do produto nacional. Significa que o nosso Estado consome metade da riqueza que geramos e ainda por cima de forma ineficiente.

António Grangeia*

*Administrador do Jornal da Bairrada


ACESSO

» Webmail
» Definir como página inicial

Publicidade

TEMPO EM AVEIRO


Inovanet
INOVAgest ®