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19-04-2005

Valores


Editorial

Inesperadamente, as notícias que fazem a actualidade do mundo e caracterizam a vida mundana, deram um bom mote para reflectir em assuntos que normalmente permanecem esquecidos. Só damos realmente valor às coisas quando nos faltam. O exemplo mais comum e paradigmático é o da saúde.

Ora bem, existem outros valores, os morais, cuja importância é fundamental, por orientarem e suportarem a nossa existência em comunidade. Actualmente, estão sempre em causa, sofrendo constantes ofensivas ou das apressadas análises de intelectualidade discutível ou das conspirações decorrentes das urgências rotineiras da vida e da sociedade mediática que também os consomem.

O valor da vida é o nosso bem mais precioso, sendo cada vez mais posto à prova. O exemplo mais recente e alvo de uma mediatização global excessiva, foi a interminável batalha legal que culminou na morte da americana Terry Schiavo. O que as televisões mostraram e dirimiram, publicamente, foi a terrível batalha legal, nos seus avanços e retrocessos, ignorando, quase por completo, o essencial. A Vida daquela alma, que embora em estado vegetativo permanente, ninguém tem o direito de a tomar em suas mãos. São situações extremas e muito difíceis de julgar, mas não parece razoável ter sido negado aos pais o direito de cuidar da sua filha até à morte, até porque o marido só legalmente era o seu tutor.

Um outro caso é a desobrigação social com que a sociedade ocidental dá hoje a sensação de se pretender livrar dos mais idosos e doentes. Os lares, os hospitais, as casas de repouso são contemporaneamente um espaço de esquecimento social dos pais pelos seus filhos (as excepções confirmam a infeliz regra).

A sociedade consumista impede pela forma a tradicional maneira de tratar e cuidar em casa os mais idosos. Esses costumes, que se modificaram no ocidente, fazem ainda parte da estrutura social de sociedades mais antigas, mas atrasadas economicamente, como a indiana, mas são convenientes ao nosso quotidiano egoísmo.

Um outro caso mediático (embora não o suficiente - uma corrida de cavalos teve mais espectadores televisivos) foi o casamento do futuro (?) Rei de Inglaterra. Carlos e Camila foram amantes durante mais de 30 anos embora ambos tenham traído os seus casamentos. Legitimaram-se perante uma sociedade que, qualquer dia, só terá da Monarquia como valores reais os Reis de Copas, Ouros, Espadas e Paus e ainda conseguiram a bênção da mesma Igreja que, um dia, criou um cisma para validar os desejos amorosos de Henrique VIII. È certo que hoje se exige muito mais recato às figuras reais que em tempos idos, mas a mediatização a isso obriga.

Todos estes casos têm em comum uma falência nas estruturas dos valores sobre os quais foram edificados. Todos eles construíram, para se legitimarem, teias de argumentos que relativizam e tratam logicamente situações concretas de forma a ajustá-las às conveniências instantâneas e ultrapassar assim as próprias e mais profundas convicções. Mas esta vitória da lógica mina a estrutura em que fundámos a nossa sociedade. A prevalência dos valores morais cristãos é muito mais do que teimosia ou conservadorismo bacoco.

É nessa base que devemos avaliar a força e a Fé com que João Paulo II se bateu por eles.

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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