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27-04-2005

O fim da graça


Editorial

A vitória, por maioria absoluta do partido socialista nas eleições de 20 de Fevereiro, alterou profundamente o quadro político e partidário do País e levou toda a oposição a redefinir estratégias para preparar este novo ciclo.

No passado fim-de-semana, este procedimento de mudança de ciclo terminou igualmente nas oposições.

O Congresso dos democratas-cristãos do CDS-PP decorreu em Lisboa e o dos sociais-democratas tinha encerrado, quinze dias antes, em Pombal. Ambos os partidos mudaram de líderes e de equipas, preparando-se agora para uma intervenção mais eficaz no parlamento e na agenda política diária de Portugal.

O CDS encerrou um ciclo de sete anos em que Paulo Portas liderou e o levou o partido ao Governo, terminando, agora, com a eleição surpresa de uma nova cara, Ribeiro e Castro, que, por mais moderada, é capaz de poder conduzir o partido até ao início do novo ciclo eleitoral em 2009.

Doutrinariamente bem apoiado e com uma enorme capacidade de negociação e argumentação, Ribeiro e Castro deverá ser capaz de ser mais flexível em questões fracturantes da sociedade portuguesa, mas de ser igualmente contundente na oposição ao governo socialista.

O novo líder dos sociais-democratas, Luís Marques Mendes, é um político experimentado que detém uma carreira invulgarmente longa. Sagaz e conhecedor dos meandros da política portuguesa, Marques Mendes acabou por ganhara a liderança do seu partido com mais dificuldade do que contava.

Marques Mendes, terá por força da forma como lhe correu o congresso, de primeiro, pacificar e reorganizar as suas hostes, antes de partir à conquista do espaço que o PSD perdeu com Santana Lopes.

A clarificação da oposição já tardava e era bem necessária, dada a quase anestesia em que politicamente mergulhámos, após a vitória socialista.

De tantos choques apalavrados, de tantas mudanças e reformas prometidas pelo novo governo, Sócrates inquieta-se com querelas sobre as datas dos referendos, com medidas avulsas e de eficácia duvidosa como a venda livre de medicamentos. Vai dando sinais exteriores preocupantes sobre o choque tecnológico: colocou computadores novos na sala de reuniões do conselho de ministros para acabar com o papel que os ministros gastam nos encontros da governação.

Os portugueses esperam que o governo governe e não se entretenha com questões menores e que a oposição fiscalize a sua actuação de forma sistemática mas também construtiva.

As medidas anunciadas pelo governo do governo são inquietantes: atirou-se aos monopólios das farmácias com o argumento de melhorar preços para o consumidor, mas esqueceu-se, por exemplo, de obrigar a monopolista Brisa a baixar os preços nos troços das auto-estradas sempre em obras. Agitou o País com os referendos e Sócrates mantém uma irreflectida guerra com o Presidente da República sobre as datas dos mesmos.

Os portugueses já se aperceberam desta quase letargia governativa e esperam agora que o governo entenda que o seu estado de graça terminou este fim-de-semana, após a clarificação das lideranças na oposição. Não durou os 100 dias da praxe porque a tradição também já não é como era.

Deviam ter começado a governar?

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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