"Cidadãos mais informados são também cidadãos mais activos e os jornais regionais podem ser portadores deste enorme contributo para o País", escreve o Chefe de Estado, num depoimento em que refere que o "Diário de Coimbra soube encontrar o seu lugar no panorama da imprensa regional".

Para Jorge Sampaio, "a imprensa regional há muito que começou a sentir os efeitos das dificuldades económicas, tentando fazer face à concentração dos media e à centralização do espaço informativo. Ao longo destes 75 anos, muitos títulos desapareceram e outros lutam para manter os seus leitores tradicionais, com acrescidos problemas financeiros".

"Outros apostaram na formação dos seus profissionais e na inovação tecnológica, modernizando as redacções, investindo na criação de jornais digitais de suporte, inventando uma nova dinâmica a nível local e regional. Os modelos a seguir podem variar mas há que sublinhar sua finalidade: uma informação credível e independente, destinada às populações locais, acentuando os laços de proximidade e de coesão regionais existentes", frisa.

O Presidente da República realça a longevidade do "jornal diário e regional que foi resistindo às várias crises por que tem passado a imprensa portuguesa, sempre ligado ao mesmo grupo empresarial e familiar".

"Todavia, a celebração desta +longevidade+, tão significativa, representa também um desafio e uma grande responsabilidade quanto ao futuro. O País atravessa um período difícil, conhecido de todos, mas também um momento em que não podemos errar nas escolhas a fazer. Os próximos tempos será decisivos para a afirmação de Portugal face aos outros países europeus, cada vez mais preparados e competitivos", adverte.

Em editorial, o director do DC, Adriano Lucas, observa tratar- se do "mais antigo diário em Portugal que se mantém na propriedade da família do seu fundador e um dos mais antigos da Europa, onde muitos jornais fecharam, ou mudaram de mãos, com a devastação da II Guerra Mundial".

"Mantemos desde sempre, e desde há vários anos com a ajuda dos meus filhos, a mesma missão de informar e a mesma linha editorial como jornal informativo, de orientação republicana e liberal, na defesa de Coimbra e das Beiras, das liberdades individuais e das minorias, da economia de mercado, da regionalização e da integração europeia", escreve Adriano Lucas, à frente do Diário de Coimbra desde 1950.

A primeira página do número um do Diário de Coimbra, publicado em 24 de Maio de 1930, é reproduzida hoje na capa de um suplemento dedicado às "bodas de diamante" do jornal, que lançou uma "edição piloto" a 24 de Abril do mesmo ano.

O suplemento recorda, entre outros aspectos, os "grandes factos históricos" de 1930, a fundação do jornal e alguns dos seus colaboradores célebres, "Estórias da história do DC" e a "História no Diário de Coimbra".

O jornal foi fundado por Adriano Viegas da Cunha Lucas, pai do actual director, figurando o seu nome na toponímia de Coimbra, na rua em Eiras onde está implantado o DC.

Adriano Lucas, o actual director do DC, foi fundador do Diário Regional de Aveiro - que completa este ano duas décadas - do Diário de Leiria e do Diário Regional Viseu, títulos associados do Grupo Diário de Coimbra.