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25-10-2005

Álbum de fotografias ilustra quotidiano e história do veleiro Creoula


Ílhavo

As tarefas dos marinheiros e a aventura dos jovens que partem na sua primeira experiência marítima são evocadas no livro "Creoula", a lançar quinta-feira, que narra também a história do antigo bacalhoeiro.

Num álbum com cerca de 200 fotografias actuais do navio Creoula, o fotógrafo António Santos Carvalho pretendeu ilustrar o quotidiano, que nunca pára, do lugre, em duas viagens - à Berlenga e a Sesimbra - e os trabalhos de manutenção do único navio de treino de mar actualmente no activo.

No livro, com o título "Creoula - Notas e fotos de embarque no navio de treino de mar", o fotógrafo descreve também a história do bacalhoeiro, contando com um enquadramento histórico da autoria da professora de História Ana Lúcia Esteves.

O presidente da República, Jorge Sampaio, que assina o prefácio, acredita que o livro evoca a tradição marítima de Portugal.

"Portugal tem na sua multissecular vocação marítima um dos traços mais marcantes da sua identidade histórica e cultural.Muitas vezes essa vocação é apenas uma retórica que tenta disfarçar o não fazermos mais para a actualizar", considera o Presidente da República, no prefácio.

Pelo contrário, sublinha Jorge Sampaio, neste álbum "está presente a memória do mar e das navegações - e o desejo de que se encontre em obras como esta o impulso para dar um futuro a essa memória".

"O Creoula é um navio de trabalho, que sofreu várias vicissitudes, e por isso o livro apresenta também uma história sobre a pesca do bacalhau, para se perceber o valor histórico do navio, que é um objecto da arqueologia naval, ainda vivo", disse à Lusa o autor do livro.

Narrando a construção do lugre, em apenas dois dias em 1937, e a vida dura dos pescadores nas 37 campanhas de bacalhau que o Creoula realizou à Gronelândia e Terra Nova, o texto é acompanhado por dezenas de imagens de artigo da época, cedidas pelo Museu Marítimo de Ílhavo, Arquivo de Fotografia de Lisboa, Aporvela e Arquivo Fotográfico Municipal da Figueira da Foz.

Em 1973, o navio realizou a sua última campanha, já na condição de veleiro de pesca solitário, e, no final do ano, "verificada a inviabilidade de pesca nas condições de que dispunha", foi "encarada a venda ou desmantelamento como solução final", descreve a historiadora no livro.

Foram precisos 14 anos para que o veleiro regressasse aos mares, após obras de adaptação para navio de treino de mar, com a vocação de proporcionar aos jovens civis a partir dos 14 anos o contacto com o mar, num "ambiente único" que o álbum pretende reproduzir.

A bordo, os jovens (chamados de "instruendos") partilham todas as tarefas com os marinheiros (a guarnição), trabalhando por "quartos", dois turnos diários de quatro horas, em que os trabalhos mudam sucessivamente: vigia, leme, casa das máquinas observação da central de limitação de avarias, além de rondas de hora a hora a todos os compartimentos do navio. Ao longo do dia, há ainda que limpar o convés, as casas-de-banho e dar uma ajuda na cozinha, além de participar na faina geral dos quatro mastros.

Nos últimos anos, já embarcaram no Creoula cerca de 7.000 jovens, disse à Lusa o comandante do navio, Jorge Martins da Cruz, para quem o lançamento deste livro "é um motivo de orgulho".

"Sentimos que o navio está a fazer um bom trabalho. Há pessoas que vêm e querem dar a conhecer a missão actual e perpetuá-la. É bom que vão surgindo documentos que transmitam a vivência e a sua importância para os jovens portugueses", afirmou.

Apesar de o Creoula estar quase a celebrar 70 anos, o comandante garante que o navio está "em óptima forma", depois da manutenção realizada no ano passado (ilustrada neste livro) e da substituição, este ano, de dois dos mastros.

"Ficou uma condição muito boa, como novo", frisou o comandante.


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