Um estudo provisório divulgado, na penúltima quinta-feira, pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) conclui que nos concelhos de Anadia, Vagos e Águeda, vão encerrar 19 escolas primárias como na Região Centro, vai encerrar cerca de meio milhar de escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico. Os concelhos de Oliveira do Bairro e Mealhada escapam, enquanto o estudo não está concluído, à onda de encerramentos das escolas primárias com poucos alunos.

Escolas a fechar

Em Anadia, vão fechar as escolas de Couvelha, Espairo, Pedreira, Quinta do Perdigão, Sá, São Lourenço, Algeriz, Canelas, Alpalhão, e Vale de Avim, enquanto que, em Vagos, encerrarão as escolas do Boco, Lavandeira, Carregosa, Gândara, Parada de Cima. Acrescente-se que este ano já encerraram, em Anadia, as escolas de Banhos, Levira, Horta e São João da Azenha, o que totaliza 14 escolas a encerrar este ano lectivo.

Nos concelhos de Oliveira do Bairro e Mealhada, o estudo, provisório, ainda não aponta escolas para encerrar, mas, segundo, a coordenadora do executivo distrital de Aveiro do SPRC, Rosa Gadanho, dentro de uma semana já serão conhecidas as escolas a encerrar.

"Apesar do anúncio inicial de encerramento de 150 EB1 em 2006/2007, na região Centro, o SPRC concluiu, pelos dados que recolheu, que o número de escolas a encerrar atingirá o meio milhar de estabelecimentos", revela a organização sindical no estudo a que JB teve acesso.

Segundo o coordenador do SPRC, Mário Nogueira, a lista de escolas a encerrar naRegião Centro, no final deste ano lectivo, “foi elaborada por dirigentes sindicais a partir da confirmação do fecho junto dos próprios estabelecimentos, agrupamentos educativos, conselhos executivos, coordenações educativas e autarquias”.

"Os dados do estudo sobre a rede escolar confirmam que o Ministério da Educação já aprovou o encerramento de cerca de meio milhar de escolas para a região Centro", lê-se no estudo.

Estudo incompleto

O levantamento conclui que "das 2.321 escolas identificadas no estudo, 486 (20,9 por cento) serão encerradas. Este número situar-se-á no meio milhar quando os dados dos distritos de Coimbra e de Aveiro estiverem completos".

De acordo com Mário Nogueira, este encerramento "sem regras", projectado para "a poupança no imediato e sem avaliar as consequências para o futuro, atingirá milhares de professores".

“O SPRC não pretende provar que a solução seria manter as pequenas escolas em funcionamento, mas não defende, nem defenderá, nenhum encerramento de escolas tendo por base critérios uniformizadores, economicistas e redutores da qualidade da rede escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico. Por essa razão, o SPRC continuará a combater esta medida no plano político, educativo e social”.

Mário Nogueira avança ainda que “uma das consequências directas do encerramento de escolas é a necessidade de deslocação dos alunos, para os designados estabelecimentos de “acolhimento”.

Contactos

Entretanto, o SPRC vai manter contactos com representantes das autarquias (Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia), representantes do movimento associativo de pais, entre outros agentes educativos, com a promoção de iniciativas públicas sobre o problema, assim como, entre outras iniciativas, vai colocar no site do sindicato, para denúncia, fotografias das escolas de acolhimento que não reúnam as condições mínimas de aprendizagem e de resposta social.

O estudo "Rede Escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico - Encerramento de Escolas do 1º Ciclo" foi realizado em Dezembro e Janeiro passados e vai ser divulgado junto dos órgãos de soberania e de várias organizações.