Centenas de pessoas juntaram-se, no último domingo, no Parque do Choupal, para conviverem, partilharem e, no fundo, esse o grande objectivo, se conhecerem melhor, sobretudo em relação aos que de longe vieram viver em Avelãs de Caminho e que, contas feitas, são cerca de 50 famílias. Menos bom foi o tempo que fez, um pouco de frio.

Esta iniciativa já andava a fermentar há mais de 10 anos, segundo disse a JB José Pedro Negrão, natural de Cantanhede e docente no colégio de Famalicão. Pouco depois de vir aqui residir. Por sua vez, padre Manuel Armando sempre viu com bons olhos e vantagens tal iniciativa e acabou por estender a ideia a todas as associações e forças da freguesia: paróquia, Junta de freguesia, Casa do Povo, ASAC, ACRAC e APPACDM.

Festa que foi, compreendeu três partes: Eucaristia, almoço e animação, tudo decorrendo no parque do Choupal, "catedral natural, tendo por tecto o próprio céu". Ao pároco que celebrou, sendo concelebrante padre Teixeira, antigo pároco, coube dar as boas vindas, não só "a todos os que se encontram há anos a residir na freguesia", mas também aos que têm vindo a chegar nos últimos tempos: "bem-vindos, sentimo-nos orgulhosos por escolherem esta terra para aqui pousardes". Importante é "gostarmos uns dos outros", como membros activos de uma comunidade; "este conhecer mutuamente é estarmos atentos uns aos outros", e nunca "de uma forma egoísta" - reforçou padre Manuel Armando - como "pedras vivas de uma sociedade" e "todos solidários, mesmo com aqueles que não têm a nossa fé".

O almoço (caldo verde, arroz de ervilhas e fêveras na brasa) decorreu da melhor maneira e gratuitamente. "A vida está difícil. Por isso, todos entenderam que deveria ser gratuito" - justificou César Almeida, presidente da Junta, que diz ter ficado a conhecer muitos mais fregueses.

Boa ideia. José Pedro Negrão referiu a dificuldade de integração dos que vêm habitar Avelãs de Caminho, porque, no fundo, os dois núcleos populacionais novos - Bairro do Castelo e Prédios do Cravo - funcionam como "dormitório". "Há pessoas que nem sempre sabem que associações há na terra. Isso obrigou-nos a ir de porta em porta".

E ainda que tenha vindo uma pequena parte das famílias, isso, para este animador da festa, ficou a dever-se "a compromissos anteriormente assumidos". Mas houve outras vantagens: "fizemos um conhecimento cara a cara"? e preencheram uma ficha onde ficaram registados vários dados - ocupações, gostos, enfim, "um ponto de partida". Para o presidente da Junta, César de Almeida, "há muitas pessoas que vão passar os fins-de-semana à sua terra, onde têm as suas raízes", mas, acrescenta, "todas as pessoas gostaram muito da ideia".

A terceira parte foi de animação e muita alegria, vivida também pelos mais novos, onde não faltaram concursos, música portuguesa (Sons de Avelãs) nem tão pouco as magia de Marcos do Vale e outros artistas da terra.

Armor Pires Mota